sábado, 9 de janeiro de 2016

E se fosse verdade...

Estive um tempo fora e longe do blog por vários motivos pessoais, mas estou de volta e não vou sumir mais daqui, prometo rsrs. E hoje apareci com a resenha de um livro que li há um bom tempo, mas que a história é tão boa e marcante que tenho ela viva em minha memória!



A história se passa na cidade de São Francisco, nos EUA. O ano é 1996, inicialmente em julho. Tudo tem início com Lauren, uma linda discente do curso de medicina, a qual está em fase de residência. Em uma noite, voltando do seu hospital em que trabalha, sofre um acidente de carro e entra em coma, permanecendo internada neste mesmo hospital. Apesar do estado em que se encontra, Lauren consegue viver uma experiência espiritual, deixando seu corpo e voltando ao seu antigo apartamento.
Ao chegar em seu apartamento, Lauren é surpreendida por um homem que é o novo morador do seu apartamento, Arthur, um arquiteto bem sucedido. O modo que ambos acabam se conhecendo é realmente engraçada, uma vez que isso acontece quando Arthur está nu, pronto para tomar seu banho e a encontra escondida dentro armário do banheiro. 
No começo, o arquiteto se recusa a acreditar na história que a bela médica conta à ele, mas logo é surpreendido pelo fato de apenas ele conseguir vê-la, ouvi-la e até mesmo senti-la; fato que também acaba acrescentando um mistério ao livro: Por que apenas Arthur consegue vê-la? E a resposta é realmente surpreendente!

O pequeno despertador em cima da mesa-de-cabeceira de madeira clara acabava de tocar. Eram cinco e meia, e uma luz dourada, só refletida pelas auroras de São Francisco, banhava o quarto.



Lauren é uma bela médica residente, inteligente, independente, muito atenciosa e dedicada aos seus pacientes; tão dedicada que vive apenas para o trabalho, deixando sua própria vida de lado. Um certo dia, cansada do rumo que sua vida vinha tomando, resolve tirar um final de semana para si e aproveita-lo com amigos.  De malas pronta, deixa o trabalho e parte... Parte para um coma profundo, não podendo aproveitar assim o tal planejado final de semana. O estado que encontra-se é tão grave, que todos acreditam que não há mais chances da mesma voltar, exceto uma pessoa, Arthur.

Arthur é um arquiteto simplório, altruísta, leal, comovente e cavalheiro, o qual decide comprar um novo apartamento para morar. Assim que o faz e se muda para este, resolve tomar um banho para relaxar ligando a banheira e o rádio. Para sua surpresa, encontra uma mulher em seu banheiro e uma bela discussão se inicia. Para ele, tudo não se passa de um brincadeira de seu sócio, Paul, mas mal sabe que não é brincadeira alguma e que a um grande motivo para essa mulher estar em seu banheiro. Acaba doando-se de corpo e alma a uma pessoa sobre quem nada conhece, e fazendo de tudo para salva-la. (Já disse o quanto me apaixonei por ele?! rs)

Paul é o melhor amigo de Arthur e também seu sócio. Lealdade, humor, ironia e diversão é o que o define (realmente o cara é uma figura!). Assim como Arthur, teve que crescer sozinho, apenas com o convívio com a mãe, uma vez que o pai abandonara a família. Paul se recusa a acreditar na história que Arthur conta à ele, no entanto, mesmo preocupado e descrente no melhor amigo, resolve não só apoia-lo como ajuda-lo em suas decisões, as quais são bem "complicadas", por assim dizer. Por isso ele acabou ganhando muito minha atenção, uma vez que se demonstra se um grande amigo, até mesmo nos momentos de loucura de Arthur.

Lili, a mãe de Arthur, é uma mulher sensacional! Foi abandonada pelo marido três anos após o nascimento de Arthur, mas nunca perdeu a esperança de um dia encontra-lo novamente. Super sincera e toda preocupada com a educação moral de seu filho, todas as suas ações tem um sentido e um propósito. Todo o bom caráter que Arthur possui se deve a essa mulher, a qual lhe passou todos os ensinamentos e educação.

Porque enquanto se calcula, enquanto se analisam os prós e os contras, é que a vida corre, e nada ocorre. Não sei como, mas vamos tira-la dessa situação!

Arthur acaba sendo a única pessoa que pode ajudar Lauren a voltar ao normal e durante toda a leitura você se pergunta "Mas como?!" e provavelmente você está se perguntando isso agora, tudo bem, eu também estaria; mas infelizmente não posso contar, se não, qual é a graça de vocês lerem?! rs

Sério, não tem como não se apaixonar pelo Arthur! rsrs Mas voltando ao enredo... Entre conversas e "passeios", ambos acabam se apaixonando e Arthur faz do possível e até mesmo o impossível para ajudar e salvar a Lauren do terrível destino que a espera. Aliás, se você não acredita em destino, depois de ler esse livro tenho certeza que irá passar acreditar e se acredita, bom, vai reforçar a ideia!

O que eu vou contar não é fácil de ouvir, pois é meio inverossímil, mas se puder escutar minha história, se puder confiar em mim, talvez acabe acreditando e seria muito importante, pois, mesmo sem saber, é a única pessoa no mundo com quem posso dividir esse segredo.



Esse foi um dos livros que mais gostei de ler, aliás, devorei-o em poucos dias. A leitura é ótima, leve e divertida, nada daquelas narrações maçantes que encontramos muitas vezes em livros por aí. É um romance muito bem construído, com personagens marcantes e uma história surpreendente. E quem pensa "A não vou ler esse livro pois já assisti o filme mesmo" (sim, existe uma adaptação para quem não sabe) se engana pois os sentimentos abordados, as sensações e até mesmo alguns desdobramentos da história são BEM (digo bem mesmo) diferentes do filme. 

Eu, particularmente, vivi muitas emoções durante a leitura desse livro. Me emocionei sim, chorei sim, fiquei com dó de certos personagens em certos momentos e sinceramente, amei a leitura! Além de uma boa história, o livro nos proporciona algumas reflexões sobre a vida e como levamos-a, tudo isso de forma inconsciente (para nós) e sem ser clichê.

Já que não se pode viver tudo, o importante é viver o essencial, e cada um de nós tem o "seu" essencial.

Sobre o filme:

Primeiro de tudo: Quem já assistiu a essa adaptação, por favor, não se deixe levar. O filme é bom? É, é bonzinho mas NADA comparado a história do livro. Por sorte, eu li o livro antes de ver o filme, caso contrário confesso que teria realmente desistido da leitura!

O filme, como todas as adaptações, possui diferenças com a história original, no entanto, essa história em si possui grandes diferenças, incluindo em vários desdobramentos e no desfecho final! Para quem não sabe, o livro possui uma continuação Encontrar você, então já fica meio óbvio que existem boas diferenças, não é?! rs Não vou me aprofundar muito à isso pois não quero soltar spoilers rs...

O filme original se chama Just Like Heaven mas aqui no Brasil leva o mesmo nome do livro. Eu particularmente gostei do filme - e chorei assim como no livro -, mas como já disse há boas diferenças do livro. Das diferenças mais superficiais, digamos assim: Lauren, no filme, se chama Elizabeth e é interpretada pela linda Reese Witherspoon, já Arthur tem seu nome mudado para David e não poderia ter ator melhor para o seu papel: o maravilho Mark Ruffalo! No filme, Lauren/Elizabeth sabe da sua atual situação e acaba sendo um pouco mais engraçado devido algumas cenas criadas como ela atravessando paredes ou deitada dentro da geladeira.

Enfim, em todo caso, a minha opção sempre é pelo livro, uma vez que ele é muito mais rico em detalhes e os desdobramentos e desfechos são muito mais emocionantes.

Trailer do filme (em inglês):



Sobre o autor:


Marc Levy nasceu em 16 de outubro de 1962, na França. Empresário de sucesso, sempre trabalhou no ramo da computação gráfica e foi arquiteto por formação. Ex membro da Cruz Vermelha, aventurou-se na literatura apenas aos 39 anos de idade, vendendo mais de um milhão de exemplares em sua estréia. E se fosse verdade foi lançado em 2000, ficando em primeiro lugar em todas as listas dos mais vendidos da França. O sucesso veio com as suas obras seguintes: Onde você está?, Sete dias para a eternidade... e Dá próxima vez. Atualmente seus livros foram traduzidos para mais 40 idiomas e Levy vive sua vida entre Londres e Paris.
Seu jeito de narrar uma história é totalmente único e sem comparações. Foi lançado primeiramente pela Bertrand Brasil e posteriormente relançado pela Suma de Letras Brasil.

Outras Informações:
Compare o preço: Buscapé.
Título: E se fosse verdade.
Autor: Marc Levy.
Editora: Suma das letras.
História: 5/5
Narrativa: 5/5