sábado, 16 de janeiro de 2016

Amor em jogo.

Resenha nova para os leitores mais fofos!



Depois de dez anos longe, a irmã de Asthyn voltou para casa com uma surpresa muito desagradável: Derek, o enteado.
Ele foi expulso do colégio interno depois de uma brincadeira ter saído do controle e também está detestando a ideia de morar com Asthyn.
No entanto quando esses dois se veem na mesma casa, as coisas começam a mudar. Asthyn, que tentava se convencer que tinha uma vida perfeita, começa a perceber os furos e espaços vazios em sua vida previamente já organizada. E Derek, que já está cansado de lidar com os próprios dramas familiares, não imaginava se envolver nos da garota, mas é o que acontece. A paixão avassaladora também se faz presente e bagunça ainda mais as coisas.
Derek e Asthyn então percebem que na verdade precisam vencer várias barreiras para ficarem juntos, mas enquanto parecem transpor uma pedra do caminho, aparecem mais três ou quatro, fazendo com que a felicidade do casal fique cada vez mais distante ou até mesmo inalcançável. Eis aqui um belo amor em jogo.

Dois pensamentos cruzam minha mente: ela acha que sou um marginal e eu acho que ela é lelé da cuca.
Um de nós está certo. E não é ela. (Pág 30).

Não tem como, eu preciso dizer que comprei este livro somente pela sua capa. Sim, eu amo capas com fotografias como essa: mostrando os tênis. Sou fã desses livros e geralmente os compro sem sequer ler a sinopse. No caso de Amor em jogo, eu li a parte de trás da capa antes de comprar - não que isso fosse mudar alguma coisa, eu já estava com o cartão nas mãos mesmo - e foi quando surtei de vez e fiquei toda "Eu preciso deste livro agora!", só que eu comprei e deixei na estante... Então o peguei um dia qualquer e, dez páginas depois, eu tinha achado legal mas não tanto, por isso o devolvi na prateleira. Voltei somente mais de um mês depois, ao participar de uma maratona. E recomecei. Foi uma das melhores decisões que já tomei nesta minha vida de bookaholic. Asthyn e Derek são personagens totalmente ímpares e me conquistaram poucas páginas depois de tê-los conhecido.

Enquanto podemos saltar em sintonia, nossas personalidades no que se trata de namoro se chocam como óleo e água. (Pág 178).

Derek é o típico bad boy-garanhão-sem vergonha que todo mundo já conhece. Não pensa muito antes de falar, se mete nas maiores enrascadas e parece ter tudo, sempre, sob controle. Tem as melhores respostas e sabe sair das situações mais inusitadas, com muita elegância. Enquanto Asthyn é respondona e impulsiva, mas consegue pensar antes nas consequências daquilo que faz ou fala, o que a salva de inúmeros problemas (coisa que não acontece com Derek, que precisa contar com sua astúcia para se safar). Os dois se enfrentam várias vezes (tanto que quando se conheceram um deles saiu bem machucado fisicamente) e seus temperamentos difíceis fazem com que cada frase ou olhar possua muito mais significado do que se imagina. Até mesmo um "Bom dia" pode ser motivo para uma discussão. Isso deixa claro que a leitura não é nada previsível, não é? Agora imagine se esses dois estão inseridos em um enredo também cheio de reviravoltas!

[...] nenhuma menina vai me mudar, especialmente uma que gosta de caras sérios, dedicados e empenhados. Asthyn e eu nunca vamos dar certo. (Pág 157).

Com uma escrita leve e despretensiosa, Simone Elkeles vai te envolvendo em uma trama adolescente cheia de confusões, intrigas, ciúmes, mentiras e disputas por popularidade, mas também explora temas mais complexos como classes sociais, machismo, relações de poder e traumas pessoais. Só que ela faz isso de forma tão doce e discreta que você nem percebe acontecendo. Com toda essa sutilieza a história varia entre o superficial e o intenso, criando uma linha muito tênue entre os assuntos e não deixando detalhes passarem batido. Tudo que ela inicia, ela termina. Sem pontas soltas, sem questões não resolvidas e com muita emoção. Foi impossível não sentir os olhos marejar ou o coração apertar aqui ou ali. Dei muita risada com Asthyn e Derek, mas eles também destruíram meu coração mais de uma vez.


Derek não apenas invadiu minha casa, meus amigos e minha vida, ele deu um jeito de entrar no meu coração. (Pág 138).

Antes de começar a ler, li inúmeros comentários e várias declarações de amor sobre este livro e agora me encontro no grupo de pessoas que simplesmente quer abraçar a autora e dizer "Obrigada!". Agradecer por ter escrito uma história tão fofa, por criar personagens tão incríveis, por um desfecho tão amorzinho... Por ter mesclado tão bem os assuntos e manter um ritmo alegre, gosto e surpreendente. Por ter apresentado tanto o ponto de vista do Derek quanto o da Asthyn e ter conseguido ser linda nesses dois momentos. Por não deixar o livro ser só mais uma história adolescente, por ter cenas lindas e significativas e tantas observações interessantes sobre o mundo. Amor em jogo não é um livro qualquer, é o livro onde acontece de tudo e mais um pouco e você fica triste quando lê a última página e sabe que acabou. 


Acho que ter esperança é melhor do que desistir e pensar que a vida vai ser uma droga para sempre. (Pág 226).

Book trailer do livro:



Sobre a autora:

Simone Elkeles nasceu nos subúrbios de Chicago, escreve sobre adolescentes e é a autora de Química Perfeita.

Outras informações:
Compare o preço: Buscapé.
Título: Amor em jogo.
Editora: Globo Livros.
História: 5/5.
Narrativa: 5/5.