quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Uma vez na vida.

Olhem mais uma resenha fresquinha... De um livro que li já tem alguns dias, mas que só consegui tempo de concluir a resenha agora.
A vida anda corrida... :/

Tess e George são almas gêmeas. Isso é óbvio, todo mundo sabe disso.
Exceto os dois, que sequer se conhecem.
Tess namora com Dominic e está tudo muito bem, obrigado.
George está focado em fazer sua banda de Jazz decolar e não tem tempo de pensar em outros aspectos de sua vida.
Os dois seguem suas vidas e tentam, de todas as formas, ignorar seus amigos, que a todo momento tentam aproximar os dois.
Mas será que almas gêmeas tão óbvias assim ficam mesmo separadas? Ou o destino se encarregará de fazer as coisas acontecerem de maneira correta, apesar das interferências?

Eu não esperava muito deste livro. Achava sim, que seria uma boa história, mas não apostava muito nele. Não achei que fosse algo maravilhoso, incomparável ou algo parecido e fiz bem em pensar assim, pois não me decepcionei com a leitura e ela atendeu às expectativas que eu tinha, ainda que não fossem muitas. Gostei da obra, achei o tema central extremamente interessante e o desenvolvimento foi bom, mas para por aí. Podia ser melhor, podia ser menos denso, ter mais explicações e mais suavidade na narrativa. Infelizmente ele não teve tudo isso, portanto não posso dizer que foi uma das minhas melhores leituras, mas certamente não foi uma das piores.

George e Tess são dois protagonistas extremamente complicados. Tess até conseguiu me agradar em boa parte da história com sua humanidade, seus medos, inseguranças e sentimentos conflitantes, mas George simplesmente não me desceu. Que homem chato e apático, minha gente! Seu conformismo me tirou do sério. O mundo estava se acabando ao redor ele e ele não tomava atitude alguma. Nunca. Minha vontade era entrar na história e me tornar mais uma a dar chilique em sua frente (todo mundo dá chilique perto dele), para ver se conseguia fazê-lo tomar alguma atitude, mesmo que fosse impensada ou idiota. Somente alguma reação! Sabe o que é você passar quase o livro todo esperando alguma atitude do protagonista?! É um tédio.

A narrativa, por sua vez, não se mostrou uma das melhores, pois é maçante e pouco maleável. Diversas vezes fiquei entediada e me perguntei por que mesmo estava lendo o livro. Sempre me respondi que era na expectativa de encontrar um final lindo. Não o encontrei. Foi sim um bom final, mas não tão bom assim. Senti falta de algumas explicações e alguns desfechos para personagens secundários. No geral encontrei muitas virgulas na história e poucos pontos finais, afinal muita coisa não foi finalizada de forma convincente. E nada convincente também foi o amor de George e Tess. Tá, eu já sabia que eles eram "almas gêmeas" e tal, mas ainda assim nada justifica um amor aparecer literalmente do nada, sem desenvolvimento ou conhecimento alheio por parte dos dois, afinal como é possível se apaixonar por alguém que você sequer conhece? Simplesmente não consigo comprar esse amor instantâneo em momento algum, em nenhum livro.

Agora vocês devem estar pensando que sou incoerente, afinal usei o primeiro parágrafo da resenha para dizer que, apesar de alguns aspectos negativos, o livro era bom, mas depois discorri como doida por mais dois parágrafos falando sobre personagens chatos e narrativa densa demais. Mas não sou tão incoerente assim e vou dizer o motivo agora: em alguns momentos a narrativa densa é agradável (existem momentos bem tensos na história), a Tess faz as coisas mais coerentes possíveis, toma as melhores atitudes e encontra as melhores soluções sempre,  o livro inteiro retrata muito bem o cotidiano das pessoas e como sua s vidas vão mudando com o passar do tempo, diversos personagens amadurecem com a passagem das páginas e fazem a leitura valer a pena. Não é um livro muito cômico, não possui personagens maravilhosos (George, você me estressa!), nem uma narrativa simples, mas também não é ruim. Só aconselho a não criar muitas expectativas, e pode ser que você até se surpreenda com os rumos das vidas de George e Tess.
"A maioria das pessoas", disse Kirsty, "não é como meus pais, A maioria delas acaba com parceiros nascidos num raio de cinquenta quilômetros. Isso não me parece destino. Parece mais apatia." (Pág 30).
Título: Uma vez na vida.
Autora: Marianne Kavanagh.
Editora: Única.
História: 4/5.
Narrativa: 3/5.