sábado, 10 de maio de 2014

Insurgente.

Demorou, mas voltei!

Depois de completada a iniciação de Tris na Facção que escolheu, ela devia se sentir feliz, completa e realizada, no entanto tudo o que sente é tristeza, mágoa e dor.
O mundo que ela conhece parece ruir a cada instante, a Abnegação está devastada, a Audácia está desestruturada, a Erudição detém o poder e todo o sistema das facções parece em colapso.
Mas, mesmo em meio a tantos problemas, Tris não desiste de lutar por aqueles que ama, defender seus ideais e descobrir segredos que pessoas morreram para esconder, tamanha sua grandiosidade.
Com o coração tomado por dores de perdas, de traições e de suas próprias ações e escolhas erradas, Tris agora será forçada a crescer ainda mais, amadurecer, testar seus limites e se redescobrir como uma verdadeira Divergente, ainda sem entender completamente o que isso quer dizer, exceto que corre perigo, mais uma vez.


Em Divergente Veronica Roth esmigalhou e reconstruiu meu coração diversas vezes usando a adrenalina como o ponto chave (alguém se arriscando, alguém morrendo, alguém se ferindo etc) e em Insurgente ela voltou a fazer isso, mas usando outra ferramenta: a tensão. Uma semana depois de terminar a leitura e ainda não consegui entender como alguém pode escrever um livro tão tenso, intenso, apaixonante, envolvente, acolhedor e devastador como este, que me sequestrou para a Chicago em guerra, habitada por integrantes de facções distintas de uma forma tão completa que não percebi que li mais de 500 páginas. Tenho a impressão que foram apenas 150, tamanha a facilidade na leitura.

Mas, mesmo que fossem apenas 150 páginas mesmo, seriam daquelas em que você não consegue nem respirar por conta da tensão. As reviravoltas são muitas, os segredos são inacreditáveis, as mortes são quase incontáveis (aqui um dos motivos do meu desespero õ/) e o crescimento da protagonista é absurdo. Esqueçam da menina inocente que sonhava em ser livre do começo de Divergente, mas esqueçam também da garota ousada do final de Divergente. Em Insurgente temos uma nova Tris. Uma Tris sombria, marcada por perdas e escolhas falhas. A frase na capa diz muito sobre o estado emocional da protagonista "Uma escolha pode te destruir". É, ela basicamente está destruída, destruída por tudo o que presenciou, fez e sentiu, mas isso não a faz parar. Destruída ou não, ela tem um objetivo e quem acompanha a série sabe que ela pode ter todos os defeitos do mundo, mas não desiste pelo caminho. :p

E que caminho, hein? Veronica não economizou em nada ao construir esta história. Fez bom uso das palavras ao descrever as cenas e ao narrar tudo pelo olhar de Tris, acrescentou elementos interessantes ao enredo e não hesitou em colocar humanidade e realismo em sua história, afinal, independentemente do sistema social vigente, o ser humano está sempre buscando mais e mais poder, controle sobre os demais e uma fantasiosa superioridade. E quase nunca leva em consideração o que fará para atingir este objetivo, muitas vezes usando, ferindo ou até matando terceiros sem sequer perceber, ou usando o ditado "Os fins justificam os meios" para distorcer as coisas e se convencer de que não fez algo ruim e que existe alguma boa justificativa para a morte de algumas pessoas, como se existisse. E é justamente isso o que Veronica retrata em seu livro: a busca desenfreada e irresponsável por poder, algo intrínseco ao ser humano.

Então sim, eu amei este livro, amei tudo o que senti enquanto o lia, amei tudo o que aprendi acompanhando mais este capítulo da história de Tris e, acima de tudo, amei a oportunidade de me perder em um mundo que não é o meu, mas que possui tantos pontos realistas que fazem com que eu sinta que algo assim pode vir a acontecer. Insurgente, na verdade, fez com que meu amor pela série só aumentasse, pois agora sei que o primeiro livro é repleto de adrenalina (uma loucura sem fim) e o segundo de tensão, ou seja, além de mostrar a evolução da história faz com que o leitor encontre tudo aquilo que gosta/procura em uma série só. 

PS: Notaram que não falei do Quatro? Pois é, acho que ele é tão perfeito que dispensa comentários (afinal o homem só vai ficando mais e mais perfeito enquanto as páginas passam), além do mais ele não conseguiu roubar a cena: a estrela do livro/série é a Tris mesmo...hahaha
Vivemos em um mundo perigoso, e não valorizo tanto a vida a ponto de fazer qualquer coisa para sobreviver. (Pág 285).


Título: Insurgente.
História: 5/5.
Narrativa: 5/5.