terça-feira, 8 de abril de 2014

Teardrop - Lágrima.

Gente, olhem eu aqui de novo! Fiquei vários dias desaparecida, mas voltei. :D

Depois que Diana, mãe de Eureka, morreu em um acidente de carro envolvendo uma onda gigante e uma ponte, a vida de Eureka mudou completamente.
Se antes ela vivia altas aventuras ao lado de sua animada e aventureira mãe que uma vez, quando Eureka era pequena, a proibiu de chorar, agora ela passa horas em psicólogos, é forçada a conviver com Rhoda, sua madrasta desagradável e tentar passar confiança para seu pai distante, mostrando que está bem o suficiente para não tentar suicídio novamente.
A vida da adolescente foi completamente destruída e não lhe foram dadas muitas outras opções a não ser fingir que está bem. E Eureka não está bem.
Eureka se sente sozinha, incompreendida, abandonada e isolada, mas quando Ander, um garoto estranho e misterioso que só aparece nos momentos mais inapropriados, entra em sua vida, ela começa a notar coisas estranhas acontecendo ao redor e, aliando isso ao fato de Diana ter lhe deixado objetos desconhecidos como herança, Eureka descobre que sua mãe escondia alguns segredos, que sua vida está ameaçada e que ela é bem mais do que uma órfã solitária...


Eu li este livro por causa da capa. Sim, foi só por este motivo. Já tinha lido um livro da Lauren Kate (Fallen) e ele não havia me convencido muito, então não ansiava retornar para sua narrativa tão cedo, mas a capa de Teardrop se mostrou tão perfeitamente simples que não resisti. Uma capa tão linda precisava envolver uma boa história, não é? Bom, eu achava que sim e apesar de estar longe de ser perfeito, esta nova história da Lauren me conquistou mais do que a anterior, então foi um progresso para nossa relação e, ao final, uma boa leitura.

A história de Eureka é interessante e cheia de reviravoltas, existe muita informação e um quebra-cabeça que parece não ter fim, mas infelizmente ela demora para começar. Boa parte das primeiras páginas são enfadonhas e pouco acrescentam ao enredo, servindo somente para mostrar o sofrimento pelo qual Eureka passa depois de perder a mãe. De certa forma isso é bom para dar vida ao personagem e torná-lo mais humano, porém depois de certo tempo já se torna cansativo e pouco produtivo ter páginas e mais páginas de lembranças ou lamentações, principalmente quando a narrativa é floreada, como é o caso. E outro detalhe desagradável não tem nada a ver com o trabalho da autora e sim da Editora, que não fez uma revisão muito boa no livro, que tem vários erros bobos.

Excetuando narrativa rebuscada, demora para as coisas pegarem o ritmo e os erros de revisão, me senti bem próxima da protagonista, pude a entender perfeitamente em diversos momentos, não me irritei com suas atitudes e ansiei por descobrir todos os segredos o mais rápido possível e poder contar tudo de uma vez para Eureka, que é uma menina forte e responsável, mas que acaba se perdendo e desestabilizando completamente quando sua mãe falece e sua madrasta entra de vez em sua vida, complicando ainda mais as coisas para ela e impedindo sua aproximação do pai, um homem com dificuldades em demonstrar sentimentos, se expressar.

Lauren Kate retratou de uma forma interessante e sincera o sentimento de perda não apenas de um familiar, mas sim o de si mesmo, sobre não saber onde é seu verdadeiro lugar e como chegar até ele, conduziu a história inteira em terceira pessoa sob o ponto de vista de Eureka, mostrou como adolescentes podem ser cruéis quando querem (assim como qualquer outra pessoa, claro) e como, muitas vezes, enquanto estamos tentando ajudar, estamos na verdade atrapalhando, afinal todo o tratamento psicológico que submetem Eureka não lhe servem para nada, exceto para irritá-la ainda mais. E eu gostei disso tudo, por isso recomendo a leitura, mas já adianto que este não é um daqueles livros que você termina de ler em questão de horas, pois achei que a narrativa não flui tanto assim e a história só começa de verdade depois de várias páginas.
Eureka havia enlouquecido. Mas só porque não se despedaçou e chorou, não se atirou nos braços de qualquer um que tentasse abraçá-la nem se cobriu de pulseiras feitas em casa, as pessoas pensavam que ela não estava sofrendo?

Ela sofria todo dia, o tempo todo, com cada átomo de seu corpo. (Pág 30).

Autora: Lauren Kate.
Editora: Galera.
História: 3/5.
Narrativa: 3/5.