sexta-feira, 11 de abril de 2014

Divergente.

Uma semana antes da estréia do filme, eis que apareço por aqui com a resenha do livro...hahaha

A cidade de Chicago agora se divide em cinco facções (Abnegação, Audácia, Amizade, Franqueza e Erudição) que agem de acordo com seus próprios princípios, vivem em harmonia e acreditam fazer, cada uma ao seu modo, a sua parte contra o mal do mundo.
Neste cenário, os adolescentes de 16 anos fazem um teste de aptidão que determina à qual facção eles pertencem de acordo com sua personalidade e quando chega a vez de Beatrice, uma jovem nascida na Abnegação, mas com pouca tendência a ser altruísta (sendo que o altruísmo é a marca da Abnegação), ela faz uma escolha capaz de transformá-la.
Surpreendendo a todos, inclusive a si mesma, Beatrice começa a descobrir um outro lado seu, muda seu nome para Tris e se vê passando por situações cada vez mais arriscadas, perigosas e levemente insanas enquanto tenta passar pela iniciação antes de se tornar um verdadeiro membro da facção escolhida.
Sua escolha a faz conhecer Quatro, o instrutor dos iniciandos e um homem incrivelmente misterioso, distante e inteligente, por que Tris começa a se sentir atraída, mas ela definitivamente não tem tempo para pensar em seus sentimentos, pois precisa dar duro em seu treinamento para não se tornar uma sem-facção, esconder seu segredo (que pode vir a matá-la) e tentar fazer sua parte para evitar um conflito capaz de destruir toda a sociedade como ela conhece... Mas será que uma garotinha baixinha e tímida é capaz de tudo isso? Tris precisa provar que sim.



Ok, vou confessar: sou louca por este livro desde que ele foi lançado e só fui ficando cada vez mais curiosa por ele enquanto lia resenhas apaixonadas, comentários entusiasmados e surtos de fans por causa do filme. E agora eu li também. E não sei que raios me aconteceu para que eu esperasse tanto por esta leitura. Se soubesse como ela seria maravilhosamente boa, envolvente, emocionante e perfeita, teria comprado o livro em pré-venda! Acho que nem mesmo toda a minha curiosidade me fez esperar mais do que encontraria neste livro: uma história incrível que superou todas as minhas expectativas, esmigalhou e reconstruiu meu coração diversas vezes, me fez sorrir, me fez chorar, me fez pensar e me fez viver no limite do meu pobre coração bookaholic durante dias. <3

Veronica Roth fez um trabalho magnífico, desenvolveu uma história inteligente, personagens humanos, centrados, decididos, divergentes e fortes na medida do possível e, para tornar tudo ainda mais lindo, finalizou com uma narrativa em primeira pessoa leve, gostosa e impossível de parar. As reviravoltas são constantes, não passamos mais do que poucas páginas sem que alguém esteja fazendo algo quase insano, sem que todos estejam sendo testados ou alguém esteja arriscando a vida, principalmente Tris, a protagonista mais que perfeita de todos os tempos. Ela é baixinha e aparentemente frágil, mas apresenta um crescimento tão grande com o desenvolver da história que a vontade é de, ao final do livro, voltar às primeiras páginas e compará-la. A vida da menina muda completamente em um instante e dentro de dois instantes ela está se adequando ao novo cenário e tentando fazer seu melhor em cada circunstância. Sua força de vontade, determinação e orgulho me encantaram e senti muita vontade de ser como ela.

Certamente Tris se tornou uma das minhas protagonistas favoritas de sempre, mas não foi sozinha. Quatro, seu instrutor, é um verdadeiro pecado em forma de gente. Lindo, inteligente, centrado, determinado, teimoso e cheio de ser um bad-boy de marca maior, mas que também sabe ser fofo quando quer. Os dois juntos são uma perdição para quem tem um coração bobo como o meu, que quase entra em combustão espontânea quando encontra um casal tão complexo, cheio de altos e baixos, mas apaixonante. E o melhor é: não existe o infeliz do amor ao primeiro olhar. O sentimento aparece e cresce com o desenvolvimento da história, à medida que os perigos vão aparecendo, que Tris vai se tornando mais forte, que Quatro vai a percebendo mais e que a vida dos dois vai ficando cada vez mais complicada. Mas não, o foco da história não é o romance entre os dois, por mais que esta seja uma parte linda e envolvente do livro.

O foco maior é o segredo de Tris, que tem o poder de matá-la, é a sociedade dita perfeita, mas que em seu interior vive um caos generalizado, é a busca irrefreada do ser humano por controle, dominação e demonstração de superioridade. O grande cerne da história é a manipulação da população, presente desde o momento em que uma facção é a responsável por governar as outras e não pode ser questionada. Nada é perfeito, nem mesmo neste novo modelo social, então é claro que existe descontentamento por parte de poucos esclarecidos em meio à massa alienada, e em como qualquer outra ocasião, esses "rebeldes" que tentam abrir a mente dos outros são reprimidos, caçados e mortos sempre que possível. E é aí está o X da questão, aí se encontra Tris, seu segredo e sua determinação. A menina dispensa os perigos existentes, ignora seus maiores medos, coloca seu coração em uma causa social e vai embora, nos levando junto em uma aventura trágica, tensa, repleta de mortes, amor, ameaças iminentes, amizades, busca por seu lugar no mundo, descobrimento de sua verdadeira identidade e muito, muito mais.

Isso é tudo o que eu preciso fazer: lembrar-me de quem sou. E sou alguém que não permite que coisas sem importância, como garotos e experiências de quase morte, entrem no meu caminho. (359).

PS: Estou desesperada para assistir o filme logo, e caso minha resenha não tenha te convencido de como a história é perfeita (até porque ainda não consegui administrar os meus sentimentos por este livro para colocá-los de forma coerente em uma resenha), aqui está o trailer do filme para fazer isso por mim. :p



Título: Divergente.
História: 5/5.
Narrativa: 5/5.