quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Tentação ao pôr-do-sol.

Voltei com resenha nova!

Habituada com a exótica família Hathaway, tudo o que a irmã Poppy deseja é um casamento em que possa encontrar paz, rotina e calmaria.
Não quer mais viver sob a pressão de ter que lidar com aninais selvagens, respostas rápidas ou situações desastrosas, ela quer somente respirar.
Isso tudo parece certo quando Michael Bayning começa a cortejá-la, mesmo que discretamente e com medo da reação de seu pai ao saber que ele pretendia se casar com uma moça que não tinha sangue azul.
Então tudo vira de cabeça para baixo quando Harry Rutledge, o dono do hotel onde a bela Poppy está hospedada, aparece como um meteoro em sua vida, com a convicção de que Poppy não deve casar-se com Michael e sim com ele próprio.
E Harry não joga dentro das regras e não mede esforços para garantir que as coisas aconteçam de acordo com sua vontade.
Então não demora muito para que Poppy se perceba casada com um homem que ela não ama, mas que poderia vir a amar caso as coisas tivessem acontecido de uma maneira diferente... Ou ainda existe uma chance de tudo dar certo e ela ainda não sabe?



Sim, vocês sabem que já li os dois primeiros livros desta série em que cada livro conta a história de um dos cinco irmãos Hathaway (Desejo à meia-noite e Sedução ao amanhecer) e me tornei uma adoradora dos livros da Lisa, mesmo que tenha achado, nos dois casos, que a história evoluiu muito rápido para a atração física/sexual. E também devem lembrar que apesar de ter gostado do segundo livro eu ainda preferi o primeiro. Pois bem, agora isso mudou. Meu favorito é o terceiro, pois Tentação ao pôr-do-sol é simplesmente maravilhoso, viciante, envolvente e apaixonante. Não queria terminar a leitura de forma alguma, apesar de ansiar para descobrir como a autora conduziria a história até o fim.

A história de Poppy Hathaway e Harry Rutledge me emocionou e me deixou refletindo por muito tempo se eu odiava ou amava Harry e sua mania de agir fora da lei e por meios errados. Em alguns momentos eu achava este diferencial um tanto quanto apaixonante, mas em outros eu começava a planejar mentalmente como poderia fazê-lo pagar por suas ações ilegais e imorais. Tive vontade de proibi-lo de falar, para ver se ele parava de fazer besteiras, mas também achei algumas (várias) de suas falas excelentes. Ah, ok, na verdade eu o amei e detestei por boa parte da história (sempre tendendo a amar mais do que odiar, como sempre), até que não me aguentei e me rendi aos encantos desse libertino sem coração e sem escrúpulos, que faz um contraste incrível com a bondade e delicadeza de sua esposa Poppy, a mais normal entre os irmãos Hathaway (mas todos são extraordinariamente incríveis e animados).

Desta vez a história não evoluiu com velocidade espantosa para as questões sexuais e na verdade acho que a autora conseguiu colocar um equilíbrio muito grande em tudo desta obra. Não existe muito drama, muita pegação, muita enrolação, muita confusão, muito mimimi ou coisa assim. Tudo o que acontece tem uma explicação e nada se perde pelo caminho, sendo que no momento em que comecei a leitura, não quis parar nem mesmo para tomar água. Eu, obviamente, já imaginava muito bem como seria o final da história, mas morria de curiosidade para saber como a autora chegaria naquele ponto, pois Harry e Poppy são dois protagonistas teimosos, durões e convictos da validade de seus princípios (que são opostos, claro).

Acho que esta é mais uma daquelas resenhas em que eu falo muito e não digo nada, mas a verdade é que eu me surpreendi muito com Tentação ao pôr-do-sol, amei os protagonistas corajosos e responsáveis, passei a ver a escrita de Lisa Kleypas com um olhar mais encantado e cheio de expectativas e estou ainda mais desesperada para a história do próximo irmão, principalmente considerando o final deste livro que me deixou toda "AiMeuDeus,EuPrecisoDoProximo,EAgora?". Quem procura um romance de época com ótimas tiradas (as melhores são as do Leo, irmão de Poppy!) ou um romance cheio de clichês, mas completamente amável e narrado perfeitamente em terceira pessoa (por diversos pontos de vista, com prioridade para os protagonistas) irá se apaixonar por este livro, eu garanto. Ele é ainda mais incrível do que os anteriores!

- Acha que pode dizer que é um bom homem, Harry?

Ele teve que pensar na resposta.
- Não - disse finalmente - No conto de fadas que mencionou ontem à noite, eu provavelmente seria o vilão. Mas é provável que o vilão a trate melhor do que o príncipe teria tratado. (Pág 104).

Autora: Lisa Kleypas.
Editora: Arqueiro.
História: 5/5.
Narrativa: 5/5.