terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

A cidade dos segredos.

A resenha de um dos livros do desafio de férias!

Depois de passar seis anos vivendo em um convento pálido, entediante e insosso, Laura acredita que sair de lá é algo muito além do possível.
Até que ela se percebe do lado de fora daquelas paredes e ao lado do pai novamente, mas nem tudo é tão lindo assim.
A verdade é que Laura só saiu do convento por causa do falecimento de sua irmã mais velha, Beatrice. A doce, teimosa e jovem Beatrice que estava noiva de Vincenzo, um homem completamente desprezível, mas muito influente na cidade de Veneza.
E, mesmo com a morte da filha mais velha, o pai de Laura precisa garantir que fará parte da roda de homens influentes e poderosos de Veneza, por isso agora cabe a Laura casar-se com Vincenzo e assegurar ao pai a riqueza que ele tanto busca.
A única saída encontrada por Laura, desesperada pelo casamento iminente, foi entrar para um misterioso grupo de mulheres chamado Segreta, que garante ser capaz de tirar a moça das garras do decrépito Vincenzo, mas até onde Laura pode confiar nessas mulheres? Ainda mais agora que seu coração decidiu bater mais forte por um pintor que conheceu ao sair do convento? E ainda por cima, como lidar com esse grupo secreto em Veneza, um lugar onde todos possuem segredos?



Sendo sincera, não esperava muito deste livro. Acreditava que seria uma história legal para passar o tempo, mas nada demais. Algo simples, comum e só. De certa forma, acertei. A cidade dos segredos tem sim uma história simples e é um bom livro para passar o tempo, mas mesmo esta simplicidade conseguiu me conquistar. Ao ponto de ter me interessado bastante pela história e ter me surpreendido com o desfecho criado pela autora.

Não é uma história cheia de reviravoltas, porém também não é monótona, então a leitura acontece de forma rápida, principalmente por causa da narrativa, que é um dos pontos do qual posso reclamar. Achei que Sasha Gould narrou tudo de forma muito rápida, muitas vezes só citando acontecimentos e conversas, não deixando as coisas acontecerem “aos olhos” do leitor. Gosto de acompanhar as coisas acontecendo e não somente saber que elas aconteceram, sabe? E o segundo ponto tem a ver com a edição da obra, que em alguns momentos não separou fala de pensamento ou narrativa, então as coisas ficavam um pouco confusas.



Preciso dizer também que gostei bastante da protagonista da história. Durante as primeiras páginas, Laura é um tanto apática e sem graça, mas à medida que o enredo vai se acontecendo a menina vai crescendo e amadurecendo até se tornar uma daquelas mocinhas com atitude e vontade. Fiquei admirada com a teimosia e a petulância que ela foi adquirindo, gostei do modo como ela passou a se impor na história e tomar as rédeas de sua vida (que antes ficavam nas mãos do seu pai, um homem totalmente ridículo e desprezível).


Os demais personagens e outros aspectos do livro não diferem muito dos que já estamos acostumados a encontrar por aí. Existe o bom amigo, o homem perfeito (claro!), o amor impossível, as convenções sociais, o mistério de uma morte etc. Nada muito incrível, mas a simplicidade é bem-vinda, não é? Comigo foi assim. Não me surpreendi muito, mas também não me decepcionei e me interessei em conhecer novas obras da autora, principalmente depois de perceber que sua obra não deixou pontas soltas ou mistérios não resolvidos. Recomendo para quem quiser se distrair por um tempo e não estiver procurando uma leitura complexa. ;p

A dívida nunca é paga.
O tempo destrói.
Nada dará certo. (Pág 26).

Autora: Sasha Gould.
Editora: Novo Conceito.
História: 4/5.
Narrativa: 4/5.