terça-feira, 12 de novembro de 2013

O filho de Netuno.

Resenha da continuação de O Heroi perdido e que contém spoilers sobre o primeiro livro...

Percy Jackson sabe que se chama Percy Jackson, que é um semi-deus (mesmo que isso seja meio louco), que monstros ainda mais absurdos acham que o importunar e tentar matá-lo é uma ótima brincadeira de tempo integral e que ele possui uma amiga (ou seria namorada?) chamada Annabeth.
No mais, ele não tem ideia de quem é, onde está, o que faz ou de onde é.
Parece que ele ficou desacordado por um tempo e agora, totalmente desmemoriado, ele precisa descobrir o que fazer.
Em uma dessas suas aventuras e tentativas de permanecer vivo, ele acaba chegando ao Acampamento Júpiter, que é basicamente uma fortaleza onde vivem semi-deuses filhos dos deuses romanos.
Lá ele conhece um garoto com rosto de bebê chamado Frank e uma menina com hábitos estranhamente antigos chamada Hazel.
Descobre também que o deus da Morte está acorrentado e sendo mantido prisioneiro por um gigante em um lugar onde os deuses não possuem poder algum. Fica sabendo também que Gaia está acordando e pretendendo dominar o mundo. Outro detalhe é que um exército inteiro de monstros está chegando para destruir o Acampamento Júpiter dali a quatro dias. E existe mais uma Profecia no caminho.
Como se isso não bastasse, ele é enviado em uma missão junto com Frank e Hazel para resgatar o deus da Morte, destruir o gigante e retornar ao acampamento a tempo de defendê-lo dos monstros... Em apenas quatro dias!



Como falar de um livro que você amou com todas as suas forças? Como não contar cada detalhe? Cada fala? Olhem, é difícil, muito difícil, por isso vou tentar me deter em apenas comentar como Rick Riordan possui todo meu respeito e admiração por não ter me decepcionado em nenhum dos oito livros dele que li e por ter comandado minhas emoções com tanta maestria em cada um deles.
Apesar de sentir uma saudade sem fim de Leo e do Acampamento Meio-Sangue (que aparecem em O heroi perdido), não consegui me separar deste segundo volume em momento algum, pois me entreguei novamente nos braços do lindo-fofo-bobo e já conhecido Percy Jackson e gostei bastante do Acampamento Júpiter, apesar de não ser meu preferido.

Os grandes protagonistas da vez são Percy, Frank e Hazel e lógico que meu favorito é o Percy por todo seu histórico de batalhas, bom humor e inteligência, mas Frank também é um amor mesmo sendo um pouco pessimista. Hazel é meio sem sal, mas ainda assim é agradável e não decepciona. A narrativa em terceira pessoa é divida entre os três, então os conhecemos internamente, acompanhamos seus diversos dilemas pessoais, seus medos, suas angustias e seus segredos. Prefiro Percy narrando por ter me apegado mais a ele e por achá-lo mais divertido, mas Hazel e Frank também são bons narradores e não te deixam entediada.

Aliás, entediada é algo que você certamente não fica quando está com um livro do Rick Riordan em mãos. O homem simplesmente não economiza em monstros, lutas, batalhas, ataques, surpresas, tensão e risadas. Não dá para se separar do livro. A cada página virada, a aventura se torna ainda mais incrível e o coração vai apertando por querer um êxito gigante na missão e encontrar tantas reviravoltas pelo caminho. São mais de 400 páginas de desespero, amor e ódio.

Ao mesmo tempo em que me sentia amando o autor por ter criado uma história maravilhosamente bem escrita e sem pontas soltas, eu o odiava pelo simples fato de criar uma Profecia tão agonizante (quem leu vai entender melhor, eu acho), onde tudo indica problemas e pedras no caminho, mas as coisas são tão complexas que fica difícil descobrir antes que aconteça, ou seja, você perde o juízo em poucas páginas. Acredito que os fãs do autor (assim como eu!) não se decepcionarão... Afinal, este livro foi um desespero apaixonante e eu quero mais. Muito mais!
Um gigante dourado esperava para acabar com ele. Que maravilha! Mas o que mais incomodava era o rosto da mulher adormecida na colina. Você será meu peão. Percy não jogava xadrez, mas tinha certeza de que ser um peão não era boa coisa. Muito deles morriam. (Pág 133).

Editora: Intrínseca.
História: 5/5.
Narrativa: 5/5.