sexta-feira, 8 de novembro de 2013

A agenda.

Gente, eu saí das provas tem pouquíssimo tempo, vocês sabem disso, mas olhem o absurdo: já estou bem próxima de fazer outras tantas. :(
Nem acredito... Agora minhas leitras serão reduzidas, de novo... Mas eu volto por aqui!

Sandra é uma publicitária workaholic, possui um contato escasso e frágil com sua filha adolescente, não é próxima de sua mãe e tem uma vida toda construída com base em sua agenda de horários, onde ela marca cada mínimo detalhe e compromisso, evitando que se atrase ou desperdice seu tempo com futilidades. Aliás, ela só lê livros técnicos ou que a ajudem em seu desenvolvimento pessoal. Nada de ficção na vida de Sandra.
Até ela perder a tal agenda.
Depois de muito desespero e compromissos perdidos, Sandra finalmente consegue recuperar a agenda, porém ela está inteiramente danificada, quase destruída. Ao olhar de Sandra, claro.
Acontece que quem encontrou a agenda a usou, antes de devolver, para escrever algumas frases, poemas e pequenos versos. Sandra acha aquilo tudo completamente desconexo e sem propósito, mas ao parar e refletir um pouco sobre todas aquelas palavras perdidas e aleatórias, ela vai descobrindo coisas sobre si mesma... E a curiosidade sobre quem escreveu tudo aquilo é gigante!



Não tinha criado muitas expectativas com este livro, mas achava que seria uma leitura agradável e proveitosa e desta vez (olhem o milagre!) eu estava certa, pois Sandra é uma típica personagem problemática. Não no sentido de ser temperamental e querer bater em todo mundo, e sim no quesito tenho uma vida profissional invejável, porém minha vida pessoal é um caos generalizado e eu gosto de personagens assim, pois me identifico com elas (apesar de não trabalhar...haha), então Sandra me conquistou rapidamente e sem muito esforço, mas não consegui conhecê-la muito a fundo.

Acho que isso tem a ver com a narrativa do autor, que não possui muitos detalhes ou descrições. Até certo ponto isso é bom pois faz a leitura fluir e as páginas desaparecerem, mas em alguns momentos senti que podiam existir mais explorações do psicológico da protagonista. Algumas coisas foram apenas faladas por cima e senti essas lacunas durante a leitura, porém isso não causou muitos desconfortos ou tornou tudo superficial, o que foi ótimo.

Fiquei triste com o final também, mas não por ser ruim e sim por ser um choque de realidade e por Sandra tomar uma atitude que me chocou/surpreendeu/desesperou e tudo o mais. Realmente não esperava por tal final e não sei ainda se amei ou odiei... A ideia central da obra me agradou bastante e também o modo como foi desenvolvida, além dos personagens que passam pela história de Sandra. Todos são diferentes entre si, com aspirações distintas e características próprias, no entanto são humanos até o último suspiro, tomando atitudes parecidas com as que muitos de nós tomaríamos se estivéssemos em seus lugares e mostrando os diversos "tipos" de pessoas que encontramos ao longo de nossas vidas. 

O prefácio do livro promete uma história incrível-maravilhosa-perfeita e provavelmente foi a origem dos meus problemas (já comentados) com a obra, então eu meio que sugiro que deixem o prefácio para ler por último para não correrem o risco de acontecer o que aconteceu comigo, pois apenas o considero como um livro bom e agradável (até aos olhos, pois a diagramação é muito bonita) que mostra um autor estreante com talento para ir além.
... o sucesso na carreira de Sandra veio à custa de um fracasso pessoal (Pág 42).

Título: A agenda.
História: 4/5.
Narrativa: 4/5.