sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Invisível ao toque.

Voltei, gente! Nem acredito que finalmente estou mais calma com a faculdade e posso me dedicar melhor aos livros e ao blog.
Fiquei com uma ressaca chata logo que terminei de ler Os adoráveis (quem manda amar o livro, não é?), mas agora ela já está se dissipando (Amém!) e tudo está lindo...hahaha


Depois de terminar um namoro e continuar sendo atormentada pelas lembranças daquela noite triste e fatídica, Svek não se deixou levar por nenhum outro relacionamento e passou a ignorar os sentimentos, que não a levam à lugar algum.
Paralelamente, ela tem sonhos estranhos e recorrentes que se passam na idade média, onde ela vive o papel de uma moça chamada Victória, que se encontra em constante perigo.
Svek já está acostumada com seu modo de viver, mas quando Zac aparece, as coisas mudam.
Ela descobre que amar não é necessariamente sofrer, que em alguns momentos é melhor estar acompanhada, ter um ombro amigo para lhe acolher...
Mas nem tudo é simples assim.
Zac pode ser invisível ao toque e o encontro dos dois pode não ter acontecido por mero acaso...


Antes de tudo, vamos combinar que está capa é um charme? Ai, como ela é linda! Assim como toda a diagramação interna, que está um arraso! E olhe, o livro foi publicado de maneira independente. Sinceramente? O capricho nesta diagramação (e até na revisão, pois encontrei poucos erros) ganha de muitos livros lançados por editoras grandes, então meus parabéns para o ser abençoado que fez este trabalho! :D Agora, chega de falar sobre a beleza estética e vamos para a literária.

Comecei o livro com as expectativas em alta e fui surpreendida, pois Svek é uma protagonista muito agradável e humana. Seus problemas, sentimentos e atitudes realmente remetem a uma pessoa que podemos encontrar no caminho da escola ou do serviço, e até nós mesmos. Me identifiquei com várias passagens do livro, pois a protagonista, na busca por entender toda sua situação, reflete bastante, mas sempre de forma leve. Isso, leve, a narrativa da autora é leve. E envolvente. Principalmente quando quem está narrando tudo é a Svek. Em alguns momentos a autora muda o ponto de vista e eu não gostei muito do modo como Zac narra, pois ele é meloso e apaixonado demais. Svek é mais centrada, apesar de alguns surtos.

Falando sobre dos protagonistas, o envolvimento deles é gradual e divertido, mas não gostei da explicação que a autora deu para este aspecto, assim como a explicação para os sonhos recorrentes de Svek, e este foi o ponto chato, pois realmente esperava outra coisa. Qualquer coisa, menos o que encontrei, que achei um pouco forçado e sem graça. Isso não tira o mérito da obra, afinal é só um aspecto negativo e o livro é repleto de positivos, mas tirou um pouco do brilho que ele estava adquirindo.

Tenho certeza que outras pessoas irão amar a tal da explicação, pois ela é interessante, só não achei que se encaixava aqui, então é certeza que o livro pode se tornar um dos favoritos de bastante gente, porém, comigo ele só conseguiu o título de um bom livro. :D


Hoje não sei o que é real. Sinto-me suspensa no ar. Não sirvo para este mundo. Seria pretensiosa se dissesse que o mundo não serve pra mim. Outras pessoas se encaixam perfeitamente neste cubículo de terra, eu não. Pareço um pássaro preso na gaiola que quer voar, mas não consegue. Asas quebradas, coração despedaçado. Falta-me algo; Zac talvez seja realmente alguém inventado - minha gambiarra no quebra-cabeça em que peça nenhuma se encaixa. (Pág 169/170).


Autora: Nat Bespaloff.
Editora: 
História: 4/5.
Narrativa: 4/5.