segunda-feira, 28 de outubro de 2013

As vantagens de ser invisível.

Ontem devia ter entrado no ar mais um post de "Li até a página 100 e...", mas não estou lendo nada no momento e estava fazendo o ENEM, então fiquei afastada da internet este final de semana, mas voltei agora, ok?

Charlie tem 15 anos e vive de forma solitária e inibida.
Irmão mais novo de um ótimo jogador de futebol e de uma estudiosa, ele não chama a atenção da família nem de mais ninguém.
Charlie fica observando as pessoas, lendo, escutando músicas, assistindo televisão e gosta disso. Sempre foi assim e ele pensou que nada mudaria, mas na vida de todo mundo existe um momento em que é necessário se colocar no centro das atenções e chamar para si algumas responsabilidades. Com ele não foi diferente.
Quando este momento chegou, Charlie foi colocado em uma posição totalmente nova e, naturalmente, não sabe muito bem como reagir, mas a vida vai se encarregar de fazer com que ele aprenda que é preciso deixar de ser "invisível" e ele vai contando tudo sobre esse crescimento em cartas destinadas ao "Querido amigo"...



Posso começar a resenha tentando encontrar palavras que descrevam exatamente como este livro é? Acho que sim, então vamos lá: emocionante, conflitante, delicado, sincero, divertido, envolvente, surpreendente e instigante. Bastante coisa, não? Mas ele é assim mesmo. Só deixei a palavra mais interessante por último: infinito.

Charlie fala sobre se sentir infinito, eu me senti infinita durante a leitura e acredito que o livro em si é infinito também, pois mesmo depois de concluir a leitura da última página, fechá-lo e o guardar na estante, ao menos alguma coisinha, algum detalhe, continua com você. Este é um daqueles livros que te faz refletir, sorrir, chorar e pensar em como está levando sua vida, nas decisões que está tomando... E, Charlie, por meio das cartas que envia ao "Querido amigo...", vai te envolvendo cada vez mais e rapidinho você já se sente o "Querido amigo" e passa a fazer parte de tudo aquilo. Comigo aconteceu isso.

Por ter somente 15 anos, as cartas que ele escreve são jovens e inocentes, mesmo quando o assunto é sério ou doloroso e isso faz com que tudo seja ainda mais tocante, pois mostra como Charlie tem uma visão mais simples e delicada do mundo e como ele é basicamente forçado a perceber que as coisas não são bem assim. Realmente me emocionei acompanhando Charlie deixar de ser uma criança reclusa e se tornando um adulto participativo. Acabei me identificando com ele em alguns momentos e não tenho do que reclamar sobre o protagonista, assim como dos demais personagens que são especiais e diferentes entre si, cada um com suas particularidades e seus defeitos.

Não achei que este livro é extremamente perfeito e trágico ou algo assim, como muitas resenhas por aí me fizeram pensar, ele é somente belo e triste. Mas também não é uma tristeza ruim, entendem? (ok, isso ficou confuso), é emocionante, trabalha temas e detalhes delicados, mas no geral possui uma leveza muito grande e isso quase encobre o teor mais triste, deixando só o necessário para envolver o leitor e fazer com que ele entenda o protagonista. Acho que quem gosta de livros emocionantes vai gostar muito deste (como eu), mas quem não é muito fã de livros assim, melhor escolher outro...
É só que às vezes as pessoas usam o pensamento para não participar da vida. (Pág 34).

Editora: Rocco.
História: 5/5.
Narrativa: 5/5.