sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Inverno de cinzas.

Resenha do segundo livro da série Foi assim que te amei, da Adriana Brazil.
Outono de sonhos, o primeiro livro, já foi resenhado aqui no blog e a resenha deste segundo não contém spoilers do primeiro. :D

Depois de desfrutar de um doce Outono de sonhos, o Inverno chegou, e com ele a vida de Helen Castilho e Andrew Gamberini sofre algumas mudanças.
Os dois irão caminhar por situações frias, turbulentas, trites e inevitavelmente marcadas pelo cinza, pela falta de cor.
Coisas dolorosas são ditas, erros são cometidos, Helen e Andrew tem seu amor colocados à prova pelo destino.
Diante da tristeza que se abate sobre Helen, a depressão se faz presente também e todas suas forças parecem se esvair enquanto busca ajuda em seus amigos Alan, Richard, Sarah, Evelyn e quem mais estiver por perto e disposto a ver Helen florescer novamente. Sua família e sua fé também são necessárias.
Além disso, será preciso muita coragem, vontade e esperança para que esses dois enfrentem tudo o que está por vir junto com o Inverno e por fim possam desfrutar das cores de uma possível primavera.


Capa, título, sinopse e até os comentários que estão na orelha do livro me alertaram para a profunda tristeza e a falta de cor que acompanham a jornada de Helen por esta estação fria, mas lá no fundo, bem no fundo, eu guardava uma esperança de que não seria algo tão triste assim. Doce ilusão, a minha. Nem bem tinha começado a leitura, fui presenteada com um choque de realidade que me tirou o ar, me arrancou lágrimas e doeu o coração. Chorei, quis chorar ainda mais, fiquei brava com a autora e depois chorei mais um pouco.

Como disse na resenha do primeiro livro da série, Helen e Andrew são tão apaixonados, compartilham um amor tão grande e especial que em alguns momentos a relação fica um pouco melosa demais. Isso me cansou um pouco em Outono de sonhos e pensei que o mesmo fosse acontecer em Inverno de cinzas, mas desta vez as coisas estão diferentes. A intensidade da relação dos dois aparece agora de forma a mostrar como tudo afeta Helen e como ela precisa de apoio. Os momentos românticos dão lugar aos difíceis e para algumas pessoas toda essa depressão que assombra a protagonista pode parecer um ponto negativo ou ser vista como um exagero, mas não assimilei assim. Desde que terminei Outono de sonhos eu penso na relação dos personagens e cheguei à conclusão que eles tem algo acima da média sim, algo que faz com que sejam mais especiais e conquistem essa liberdade para sentir tudo de forma tão forte. Seja amor, alegria ou dor.

Talvez por isso eu não tenha me importado de chorar durante boa parte do começo do livro, não tenha conseguido esquecer o que estava acontecendo ou tenha me desconcentrado facilmente de outras coisas e começado a pensar em como a vida é injusta com esses dois jovens, não sei. Só sei esta tristeza que acomete Helen não prejudicou em nada minha leitura e para ser sincera eu até preferi os momentos em que ela estava mais depressiva do que quando tinha acessos de "não posso ficar assim" e saia fazendo coisas que ao meu ver eram incoerentes e desnecessárias. Isso incomodou e me fez não gostar tanto dos rumos que a história tomou lá pela metade do livro. Um segundo detalhe que me incomodou um pouco, foi não ter "presenciado" certas coisas acontecerem. Queria ter acompanhado muitos dos passos percorridos pelos personagens que não foram narrados "ao vivo" e sim comentados como lembranças superficiais. :(

Acho que isso de não presenciar algumas coisas e as atitudes impensadas da Helen acabaram tirando um pouco do grande diferencial que eu enxergava no livro. Não esperava por isso e foi uma pequena decepção, infelizmente. No mais, Inverno de cinzas é bem escrito, emocionante, doce e mágico que deixa um enorme vazio quando acaba, mas eu queria que ele tivesse continuado no mesmo ritmo em que começou, não gostei dos caminhos que a história tomou. 

PS: Lembram que quando terminei de ler o primeiro livro eu queria um outro só do Alan? Pois é, eu ainda quero. E de preferência que possa sair de lá e vir para minha casa...hahaha 

Buscava a solidez que não possuía para não chorar perto dele. Não sabia quanto tempo mais iria segurar as lágrimas. A dor esmagava meu peito querendo desatar as amarras que garantiam minhas forças. Estava acuada e receosa. (Pág 28).

Autora: Adriana Brazil.
Editora: Novo Século.
História: 3/5.
Narrativa: 4/5.