quinta-feira, 1 de agosto de 2013

O menino da mala.

Começando o mês com resenha nova! \õ/

Nina Borg é uma enfermeira casada, tem um casal de filhos e quer salvar o mundo.
Faz o que pode e o que não pode por pessoas injustiçadas, violentadas, agredidas ou ignoradas pelo governo. É voluntária e vive cuidando de pessoas nessas situações, além de já ter viajado muito para atender quem necessitava e estava há quilômetros de distância.
Então quando sua amiga Karin lhe diz que ela gosta de salvar o mundo e que tem uma chance de fazer com que Nina consiga esse feito, ela fica meio confusa, mas aceita o pedido da amiga, de ir buscar uma mala na estação ferroviária de Copenhague, que estaria dentro de um guarda-volumes.
O que ela sequer imaginava era que dentro da mala fosse encontrar um menininho de aparentemente 3 anos, nu e desacordado. Estava vivo, mas dopado por alguma droga que ela desconhecia.
Sem saber o que fazer com a criança, Nina tenta buscar explicações com Karin, que deveria saber de onde o garoto era e o principal, saber o que fazer com ele. Mas Karin foi assassinada.
Assustada, Nina percebe então, que quem quer que seja aquele menininho, outras pessoas o querem, e não são pessoas de confiança ou bem intencionadas. Ela precisa mantê-lo em segurança, por mais difícil que isso possa ser, até descobrir exatamente o que fazer com o menino da mala.
Esta sua busca a levará a encontrar uma mãe desesperada, um marido preocupado com a família e um jovem querendo se casar e ser feliz.



Eu realmente não estava muito interessada nesta história. Tinha gostado da capa, mas não tinha me entendido muito bem com a sinopse, mesmo parecendo ter uma proposta legal. Nem mesmo o solicitei para a Editora, porém, por um erro de destino, o livro acabou chegando aqui em casa, e, bom, como ele estava por aqui, por que não ler, não é? Foi o que eu fiz, comecei o livro com a ideia de um passatempo, e fui me envolvendo de uma forma muito gostosa, até que ele acabou e eu o fechei com um sorriso no rosto. Agora agradeço ao destino por ter mudado as coisas e colocado este livro nas minhas mãos, pois tive a oportunidade de conhecer uma história rica, interessante e bem construída.

Não é o tipo de livro que te arrebata logo na primeira página, mas sim aquele que vai te cativando aos pouquinhos. Um detalhe ali, uma fala inteligente aqui, uma descrição bem feita acolá e por aí vai. A narração não é feita somente por Nina, apesar de ser a protagonista, e isso só torna a trama mais rica. Os diversos personagens andam por diferentes cenários, trazendo descrições precisas das paisagens e das pessoas que vivem por ali. Sem tornar a narrativa cansativa ou parada, as descrições se encaixam perfeitamente com os poucos diálogos e passagens de tempo, retornando alguns anos na vida dos personagens, mostrando o que os levou até ali, dando uma explicação para tudo aos poucos, sem colocar todas as cartas na mesa logo de cara ou deixar para resolver tudo nas últimas páginas.

Por não ser ambientado nos EUA ou em Londres, como muitos dos livros que li recentemente, O menino da mala me levou para lugares mais remotos, descobri idiomas que sequer sabia existirem, conheci até mesmo alguns países novos e fui apresentada à realidade de pessoas refugiadas, aos dramas e pequenas conquistas destes indivíduos ignorados pelo resto do mundo.

Confesso que no começo fiquei me perguntando o que as autoras pretendiam usando personagens tão diferentes entre si, mas aos poucos as coisas foram se encaixando, construindo uma história de superação, medos, angustias, amores, sonhos e principalmente, coragem, que eu recomendo para quem estiver cansado da mesmice dos livros em que adolescentes em crise passeiam pelos EUA, França ou Londres, e queira conhecer uma trama delicada, envolvente e realista.
[...] para desvendar o mistério da origem do garoto, sua única esperança era tirar alguma informação dele próprio. (Pág 108).

Editora: Arqueiro.
História: 5/5.
Narrativa: 5/5.