terça-feira, 6 de agosto de 2013

A bibliotecária.

Meu último dia de férias, então vou deixar resenha nova. :)

Regina Finch conseguiu realizar seu sonho. Finalmente irá trabalhar na Biblioteca Pública de Nova York.
Para conseguir tal feito ela desistiu de sua vida social, sempre se esforçando para se formar com honras e viveu às sombras de sua mãe. Mas agora que se mudou para Nova York as coisas estão meio diferentes.
Sem a mãe por perto a sufocando, Regina divide um apartamento com Carly, uma estudante com uma vida amorosa bem movimentada e está disposta a viver coisas novas, ainda que sua vida social e amorosa continue quase inexistente.
Este detalhe começa a mudar quando ela conhece Sebastian, o belíssimo fotografo e investidor da biblioteca e também o homem mais cobiçado da cidade.
Sebastian, porém, não tem costumes muito comuns, e parece estar disposto a apresentá-la as suas particularidades.
Se prometendo sempre manter um pé em sua realidade pacata, para onde pode retornar quando bem entender, Regina vai se entregando às novas sensações e aos encantos de Sebastian, afinal ela quer experiências novas, não é?
Mas até onde exatamente ela está disposta a ir nesse jogo de sedução que mais parece uma loucura, deixando para trás sua vida calma e desinteressante? E o mais importante: será que ela e Sebastian desejam as mesmas coisas?

Vamos ver se estou certa e vocês pensaram assim: "Uma menina sonsa, inocente e influenciável. Um gostosão rico, dominador e meio pirado. Uma atração sexual sem fim e só." Ok, não sei se estou certa, mas foi o que eu pensei quando li a sinopse. E foi com este pensamento quase pragmático que iniciei a leitura, mas logo percebi que o livro tinha algo a mais. Tinha ritmo, contexto e coerência.

Quer dizer, as coisas não acontecem de forma alucinada (com os protagonistas se agarrando como doidos em algum lugar duas páginas depois de se conhecerem), a Regina não se deixa levar por presentes ou pelo nome de Sebastian, existe sim um motivo que a impele a deixar as coisas acontecerem de acordo com a vontade dele (não que eu ache legal essa coisa de submissa) e ela não deixa de impor limites claros na relação dos dois. Do meu ponto de vista feminista, a relação é injusta, mas a autora conseguiu fazer uma coisa muito delicada: literalmente apresentou a protagonista ao mundo do BDSM (basicamente o sadomasoquismo) com suas regras e simbologias. Gostei desta apresentação e apesar de ainda achar tudo isso uma realidade diferente fiquei feliz em poder entender melhor esta cultura.

Comentei que a Regina impõe limites e não ignora seus princípios e foi isso que me fez gostar dela, esta forma adulta e inteligente que ela encontrou de não ser tão submissa assim. E ao contrário do que imaginei, Sabastian não é detestável. *-* Ele não é obsessivo, respeita quando ela pede que se mantenha longe de determinados assuntos e não tenta protegê-la do mundo inteiro. Basicamente ela é sua submissa entre quatro paredes, e do lado de fora eles mantém uma relação baseada em respeito como qualquer outro casal.

Isso me fez pensar em como o livro provavelmente vai ser fortemente criticado por seu conteúdo sexual, seus protagonistas, seu cenário, sua narrativa leve e despretensiosa sempre em terceira pessoa e o que mais as pessoas encontrarem como uma oportunidade de julgá-lo, porém ele é um livro de romance fofo como muitos por aí, onde o homem perfeito misteriosamente se interessa pela mocinha sem graça e os dois precisam enfrentar algumas pedras pelo caminho para fazer a relação dar certo. *-*

Ela pensou na sensação que a atormentava desde sempre: medo.
Medo do que poderia acontecer se não fizesse o que era certo, se não se comportasse bem, se não se sobressaísse. E então, ao mesmo tempo, o medo de que a vida passasse por ela - de sempre estar observando de fora, como espectadora. (Pág 56).

Autora: Logan Belle.
Editora: Record.
História: 5/5.
Narrativa: 5/5.