sexta-feira, 19 de abril de 2013

O Eterno Barnes.

Sexta feira chegou!!! Sim, estou muito feliz por isso. Semana de prova não é fácil não...kkk
Mas consegui um tempinho para resenhar, então vamos conferir!

Barnes é um famoso neurocirurgião que busca formas de transformar os dados e estímulos do cérebro em dados computadorizados que podem ser copiados, transferidos e editados.
Suas pesquisas avançam muito e ele, querendo manter seus feitos somente para ele, não os divulga e tem a ideia de transferir seu próprio cérebro para um outro corpo, já que o seu tem uma enfermidade degenerativa.
Assim, enquanto ele tenta esconder todas as provas de suas pesquisas e avanços, acredita ter encontrado a forma perfeita de se tornar eterno.
Mas não é tão fácil esconder uma coisa dessas, pois ele não consegue fazer todos os procedimentos sozinho, e por mais que tente esconder seu propósito é inevitável que qualquer um dos que tenham o ajudado em algum momento tente descobrir mais sobre aqueles códigos estranhos que existem no computador de Barnes.
E agora que está tão próximo de seu objetivo, qualquer deslize pode ser fatal.


Um livro totalmente diferente dos que estou acostumada e que me surpreendeu ao ponto de ler tudo de uma vez só e ficar com gostinho de quero mais ao virar a última página, já sentindo saudade da trama de mentiras, pesquisas, traições, ambiciosidades e inocência. Sim, o livro tem tudo isso. É repleto de trechos interessantes que questionam nossa vida, nosso tempo, nossos desejos e nossa dependência. Chega até a ser um pouco filosófico em alguns momentos e até mesmo eu que não sou fã de filosofia, gostei disso, por levantar questões interessantes e sem se tornar maçante.

O mais filosófico é Barnes, que mesmo sendo o principal e o criador de toda a confusão não foi o meu personagem preferido, e sim Bruno, um outro médico,também filosófico, ambicioso e não muito bonzinho, mas ainda assim, extremamente inteligente e encantador. Porém todos os personagens tem algo cativante e algo que os condena e isso foi o mais interessante, pois eles se tornaram reais, mostrando até onde o ser humano pode chegar para realizar seu desejo, a forma como a ética, o respeito e a moral podem se esvair quando somos colocados em determinadas situações. Este ponto foi o mais bem explorado e foi o que me conquistou de verdade.

Só um pequeno comentário sobre as primeiras páginas do livro, que foram calmas e tinham termos técnicos demais da área de medicina. Não me deixou com vontade de dar uma pausa na leitura nem nada, mas foram mais complicadas e lentas do que o restante.

E algo que já não tem tanta ligação com o autor e sim com a editora, que podia ter feito uma revisão mais minuciosa e editado melhor as divisão de falas e pensamentos. Em alguns poucos momentos as coisas ficaram confusas e uma história tão inovadora assim merecia sim uma edição mais bem feita.
Barnes já não tinha sentimento de culpa, suas pesquisas foram lentamente se apropriando de sua razão, de sua civilidade, e tudo passou a ser permitido em nome da ciência, da sua ciência, que afinal se particularizou na sua busca insana. Trabalhava pela vida, mesmo que fosse pela sua vida, e isso lhe bastava. Mesmo que isso implicasse a supressão de outra vida, ou até de outras vidas. Para que alguém viva, alguém morre. (Pág 92).
Título: O Eterno Barnes.
Editora: Novo Século.
História: 5/5.
Narrativa: 4/5.