quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

As confissões de Laura Lucy.

Nossa, Janeiro está sendo um mês de poucas leituras pra mim, mesmo que eu não tenha oficialmente nenhuma obrigação, então as postagens aqui no blog diminuíram um pouco, mas já estou trabalhando para mudar isso!

Laura Lucy não gosta do seu nome, é auxiliar Marketing de vendas (mas pretende mudar seu cargo em breve), é solteira (e também não gostaria de continuar assim), mora sozinha, sobrevive de batata fritas e hambúrguer, é compradora compulsiva, tem uma mãe neurótica (na verdade, a família toda é meio anormal) e está á beira de um ataque de nervos, afinal sua vida não tem nada de emocionante e está chegando aos trinta anos!Ela está pirando enquanto tenta conseguir a tão sonhada promoção no trabalho, aprender a controlar a própria boca (ela vive falando mais do que devia) e pagar as faturas dos cartões de crédito, entre outras eventualidades.E enquanto sonha em encontrar o verdadeiro amor, se vê dividida entre Baruk e Bernardo, dois homens bonitos e bem-sucedidos que abalam suas certezas e a deixam tentando se equilibrar entre aquilo que quer, precisa e pode dispensar. Em todos os aspectos de sua vida.





Sabem aquela personagem que você odeia e ama? Pois bem, Laura Lucy é uma delas. Em alguns momentos ela age de forma generosa, adulta, engraçada e criativa, mas em outros é extremamente fútil e egocêntrica, além de impulsiva. E as confusões em que ela se mete são praticamente exclusivas, nada daquele clichê bobo que você já adivinha a próxima cena, então o livro inteiro é uma agradável surpresa, sempre com alguma reviravolta interessante e engraçada, culminando em um final bem inesperado, devo dizer.

Me identifiquei com ela em diversos momentos, e acredito que 90% das mulheres se identificariam, pois ela sonha, idealiza e se ilude. Um simples "oi" faz com ela já comece a planejar o casamento e o nome dos filhos... Uma frase que ela ouve por acidente a faz imaginar seu futuro brilhante e coisas do tipo. Uma personagem que se ilude fácil, se decepciona e depois corre para os chocolates com certeza iria me cativar, apesar das futilidades. Só não me senti próxima de Baruk ou Bernardo pois ao mesmo tempo que eram fofos e lindos, me pareceram idealizados demais, perfeitos demais, como se fossem totalmente irreais. :(

A narrativa é levada de forma leve e divertida, cheia de analogias interessantes, mas com os cenários meio indefinidos; as cenas mudam muito rápido e sem aviso para o leitor. Fiquei perdida em alguns momentos, pois em uma linha a personagem estava em casa pensando em qual roupa ia usar para determinado evento, e na próxima, ela já estava no meio deste evento, sem nenhum aviso prévio e por isso achei que o final acabou ficando corrido demais. A revisão também é um ponto para levar em consideração. Não encontrei muitos erros, mas os que encontrei incomodaram a leitura.

Não sei se vocês sabem, mas este livro é da mesma autora de Do seu lado, que eu li e amei, e foi justamente por ter me apaixonado por ele, que comprei As confissões de Laura Lucy e posso dizer sem hesitar que a Fernanda sabe conduzir uma história leve, divertida e até inusitada. Não escolheria ele como o meu favorito dela, mas com certeza ele merece ser lido.
Quem não tem namorado é assim. Noites de domingo absolutamente sem graça, comilança e depois duelo com a consciência. Vida de cão. Talvez eu devesse criar um gato, mas detesto gatos. Eles não dão a mínima para nós. Quem sabe um cachorro... Não. Cachorro suja tudo e late muito. Admito, por fim, que preciso mesmo é de um homem. (Pág 17).

Autora: Fernanda Saads.
Editora: Novo Século.
História: 4/5.
Narrativa: 4/5.