segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

A vez da minha vida.

Este começo de ano está sendo corrido pra mim, estou lendo pouco, mas vamos lá para a resenha de um livro que eu amei...rsrs

Lucy Silchester esconde algumas verdades de seus amigos e sua família, como por exemplo o que aconteceu de verdade no final do seu namoro com Blake, o homem perfeito que todos amam, nem estar trabalhando na empresa perfeita na qual trabalhava quando estava namorando com Blake ou morar no apartamento lindo que morava antes. Sim, ela tinha namorado, emprego e apartamento perfeitos, mas não tem mais. E ninguém sabe a verdade por trás das suas perdas. Só ela.
Em meio as mentiras contadas sobre esses assuntos, ela precisou criar outras e outras, até se encontrar em uma vida de mentiras, na qual estava confortável e não tinha intenção alguma de mudar isso, até que chega em casa e se depara com uma carta marcando um compromisso com ela, assinada por Vida.
Ela já tinha visto isso em uma revista e não se assustou, mas não achou sentido, afinal, o que Vida podia querer com ela? Ela estava feliz, tinha um trabalho razoável, morava em um estúdio alugado muito legal no qual ninguém mais já tinha entrado e estava perfeitamente bem, não precisava se encontrar com sua vida de forma alguma. Mas se ignorasse a carta (como tinha feito com as outras), nunca iria tirá-la do seu pé, então decide ir no encontro e mostrar que está perfeitamente feliz.
Mas ao chegar lá, o homem que se apresenta como sua vida a faz perceber que todas as mentiras e meias verdades que contou estão interferindo muito em sua vida e que ela precisa aprender a contar as verdades para sua família e amigos.
Antes de tudo quero dizer que a leitura deste livro, pra mim, foi tanto emocionante como perturbadora, pois em alguns momentos parecia que estava lendo meu próprio diário (se eu tivesse um, é claro ;P), de tão próxima que me senti da Lucy, dos problemas que ela tinha, a forma como ela lidava com os problemas, muitas vezes falando que estava tudo bem somente para não precisar responder perguntas indesejadas, o relacionamento complicado que ela tinha com algumas pessoas da família, o fato de todo mundo falar que o que ela estava fazendo era errado, que somente ela não percebia como estava agindo de forma incoerente... Enfim, tudo. Claro que em alguns momentos eu não concordei com algumas atitudes da Lucy, mas depois acabei descobrindo que era o que ela precisava mesmo fazer e voltei a amar o livro novamente.

A narrativa leve e cheia de analogias interessantes te faz sorrir mesmo quando o assunto abordado no momento seja delicado, as descrições são bem feitas e sem enrolação, os diálogos são rápidos e espontâneos, além de personagens divertidos em todas as cenas e não dá vontade de largar o livro de tão envolvente que é e eu só parava de ler sempre por ficar assustada em ler coisas que pareciam que eu tinha escrito...

A personificação da vida de Lucy é engraçada e bem filosófica, então mesmo que esteja dando um "sermão", é de forma bem humorada, e o livro é inteirinho assim, com lições de vida que são passadas desde Lucy (a principal), até a vizinha dela, que aparece poucas vezes.

Uma história envolvente, emocionante, engraçada e terrivelmente realista sobre como as nossas escolhas podem mudar nossas vidas, sobre o poder que as outras pessoas exercem sobre o que achamos certo ou errado, manter as aparências, esconder partes de nós mesmo para agradar a terceiros e sabotarmos nossa própria felicidade. Simplesmente amei cada palavra.

PS: a revisão não está uma das melhores, com frases meio confusas por falta de tracinhos que separam as falas e causou uma pequena confusão em minha cabeça em alguns momentos.
Você nunca se esquece das coisas que fez e que sabe que não deveria ter feito. Elas ficam vagueando por sua mente, como um ladrão avaliando o local para um trabalho futuro. Você as vê ali, nas proximidades, espreitando de preto e branco listrado,saltando para trás das caixas de correio logo que sua cabeça vira para encará-las. Ou então é um rosto familiar, em meio a uma multidão que você vislumbra, mas então perde de vista. Um irritante Onde está Wally? sempre escondido em cada pensamento, em sua consciência O que você fez de ruim sempre está lá, para que você não esqueça. (Pág 6).
Autora: Cecelia Ahern.
Editora: Novo Conceito.
História: 5/5.
Narrativa: 5/5.