terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Fazendo meu filme. A estreia de Fani.

E eu estou oficialmente de férias agora!
Fui para a escola ontem, chorei muito para me despedir do pessoal e sorri, gritei e pulei quando minha sala ganhou a gincana! \o/
Mas agora acabou e vou voltar para minhas leituras!

Fani tem 16 anos, as melhores amigas do mundo, o melhor melhor amigo de todos, é viciada em cinema, é secretamente apaixonada pelo Marquinhos, seu professor de biologia, e tem sua vida virada totalmente de pernas pro ar quando surge a oportunidade de fazer um intercâmbio de um ano.Se afastar das amigas Natália, Priscila e principalmente a Gabi seria uma tortura... O Leo então? O menino é quase um irmão dela! Porém, seria uma oportunidade muito boa e ela sabe disso, além de deixar os pais extremamente orgulhosos...Mas depois de saber dessa possibilidade de viagem, sua vida vira um caos, pois percebe que seu tempo com Marquinhos está acabando, que Leo decidiu arrumar uma namorada e se afastar um pouco dela, os bilhetinhos trocados na sala de aula vão acabar, e ela ainda precisa dar um jeito de tirar nota suficiente para passar de ano sem recuperação.É muita coisa para a cabecinha de uma menina de 16 anos administrar e ela começa a entrar em curto... Principalmente quando Gabi começa a insinuar que Leo gosta dela e ela gosta dele.Claro que ela descarta a ideia logo de cara, é absurdo pensar que os dois podem ser mais do que amigos e afinal, ela está apaixonada pelo Marquinhos. Ou será que não?
Com uma narrativa deliciosamente leve, envolvente, cheia de filmes e músicas, logo me percebi dentro da história de Fani, sem pensar e nem pestanejar. Sorri e chorei junto com ela, acompanhando suas aventuras, encontros e muitos desencontros, sempre torcendo para que ela encontre seu final feliz e tire boas notas na escola.

Os filmes e as músicas que estão inseridos no contexto tornam tudo mais encantador e apaixonante, assim como o Leo, que me arrancou muitos suspiros e sorrisos bobos com a forma espontânea e durona de agir, pensar, falar e escrever. A Natália é uma amiga super fofa, a Priscila aparece pouco, mesmo sendo importante pra história, mas a Gabi é a melhor amiga dos sonhos de qualquer menina; ela sempre coloca a Fani em primeiro lugar, fazendo e desfazendo o impossível pela amiga, passando por altos perrengues, bolando planos mirabolantes, falando a verdade sem se importar em ser delicada ou não e atuando como uma ganhadora de Oscar somente para ver um sorriso dela ou tirá-la de alguma enrascada.

A Fani em si, não me agradou, principalmente porque em todo lugar encontro alguém falando que se viu no lugar dela, se identificou muito com ela, mas eu não consegui essa conexão. Pode ser que eu seja muito reclusa, mas achei a vida dela meio fantasiosa demais. Quer dizer, todo dia a menina tinha uma festa para ir, assistia algum filme no cinema uma ou mais vezes na semana, saia de casa lá pelas 22hrs, voltava duas horas da manhã... Eu nunca fiz isso! Nunca sequer cheguei em casa 22hrs, que dirá sair esse horário! Mas isso não foi tudo. Essa paixão pelo professor também não me convenceu e o fato de somente ela não notar o Leo me deixou irada. Sei que em quase todo livro que tem aquele melhor amigo querendo ser mais que amigo, a protagonista é meio lenta para perceber isso, mas a Fani conseguiu ser a mais lenta de todas as que eu já encontrei, além de ser uma chorona de mão cheia, meu Deus, como essa menina chora!

Sei que adolescente tem tendência a ser dramático, mas não precisa desidratar, né? Eu sou chorona, mas ela é bem pior. Realmente não me identifiquei com ela ou mesmo achei-a uma garota legal. (E ela deu só uma, uma, estrelinha para Sr e Sra Smith, que é o meu filme favorito!hahahaEsquecendo a minha falta de conexão com a protagonista, o livro é muito bom, a narrativa é super envolvente e em todo momento eu pensava "Esse livro seria um ótimo roteiro de filme... As produtoras precisam descobrir isso logo, seria uma máquina de dinheiro." Porque o livro é bem isso mesmo, um filme. Um filme divertido e intrigante, mesmo com uma protagonista dramática, iludida e meio chata.

PS: Eu disse que ela saia o tempo todo, não é? Agora deem uma olhada nesse trecho do livro e me digam se entendem essa menina... =P

Tá, eu não sou antissocial, nem tenho nenhum destes desvios comportamentais de que a Veja vive falando, mas tem hora que sair cansa, né? Enche o saco essa coisa toda de ter que colocar roupa (tomando o cuidado de não repetir a mesma por, pelo menos, três semanas), maquiagem, pedir dinheiro para o pai, ouvir sermão sobre os perigos existentes no mundo atual, encontrar as mesmas pessoas que eu vejo todos os dias, ter que ficar fazendo carinha boa para não ter que aturar a todo minuto alguém vindo perguntar o motivo de minha braveza... Ufa. Prefiro sinceramente ficar no meu quarto, meu castelinho encantado, com meus livros, DVDs, computador... (Pág 16).
Autora: Paula Pimenta.
Editora: Gutenberg.
História: 4/5.
Narrativa: 4/5.