domingo, 1 de novembro de 2015

Prometo falhar.

Estou voltando com blog!





O amor existe nas mais diversas formas. Todo mundo sabe disso. Poucos realmente entendem todas as nuances deste sentimento.
Com textos curtos e delicados, Prometo falhar vem mostrar um pouco sobre este sentimento doce, puro e verdadeiro.



Só quem treme entende o que é. Os outros não são: vão sendo. E nunca tremem. Tenho uma pena tão grande de quem nunca tremeu. O que eles estão fazendo aqui? Nada do que não me fez tremer foi inesquecível. (Pág 28).


Antes de todo o barulho feito por conta deste livro eu nunca tinha sequer ouvido falar de Pedro Chagas, mas quando Prometo falhar foi lançado e todo mundo começou a soltar corações no ar ao falar dele, fiquei alucinada do tipo "Eu preciso ler, deve ser muito bom" e foi com este pensamento que iniciei a leitura, mas não o consegui manter. Poucas páginas depois eu já estava "Okay, acho que fica melhor mais pra frente", então passei pela fase do "Hum... Não é bem o que eu esperava", depois fiquei com a sensação de "Acho que estou sendo chata, todo mundo amou, por que isso não acontece comigo?" e finalmente cheguei ao "Ah, certo. É legal e tem umas mensagens bonitas, mas a maioria me cansou e foi repetitiva. Até é um bom livro, acho. Mas não pra mim".

A vida é uma puta, sabe?, nos obriga a fazer o que não queremos, a dizer o que não queremos, e há as contas, os empregos, as obrigações, o peso dos dias marcando o tempo, a idade que não para, e quando nos cruzamos com o que não era tão perfeito como nós não aguentamos a pressão [...] (Pág 89).

O livro é composto por textos curtos, tamanho médio de duas páginas, e isso fez com que eu lesse alguns deles com mais facilidade e felicidade. Digo alguns porque mesmo sendo relativamente curtos, a maioria me cansou. Fiquei entediada, com sono e até mesmo irritada. O autor faz muito uso de repetições chatas e desnecessárias, tanto no tema geral quanto nas frases, que aparecem idênticas em vários textos. Se o livro inteiro fosse mais curto talvez isso não tivesse me incomodado, afinal não ficaria tão evidente, mas em se tratando de 400 páginas, cerca de 160 (estou fazendo uma estimativa aqui) crônicas diferentes, chega um momento em que você cansa de ler as mesmas frases. São vários textos, mas quase todos são iguais.

[...] Prometo falhar. Sem hesitar. Prometo ser humano, aqui e ali ser incoerente, aqui e ali dizer a palavra errada, a frase errada, até o texto errado, aqui e ali agir sem pensar, para que raios serve pensar quando te amo tão desalmadamente assim? Prometo compreender, prometo querer, prometo acreditar. Prometo insistir, prometo lutar, descobrir, aprender, ensinar. Tudo para te dizer que prometo falhar. E Deus te livre de não me prometer o mesmo. (Pág 83).

Alguns são nitidamente melhores do que os outros e esses me agradaram, envolveram e emocionaram, como um logo no começo, que fala sobre uma criança. Foi a minha favorita em todo o livro e quase me fez chorar de tão incrível. Porém a maior parte do que encontrei depois dela foi me desapontando aos poucos, pois eu não entendia algumas coisas, não concordava com outras e queria logo terminar aquela e ir para outra, esperando que fosse melhor. Às vezes era, então eu ficava feliz, porém por ser um livro composto por textos curtos, rapidamente acabava e eu ficava ansiosa e receosa em ir para a próxima. Não consegui manter um ritmo de vários textos bons um seguido do outro. Eles eram intercalados por alguns bem chatinhos e isso quebrava muito a minha leitura.

Se você está conformado só te falta mesmo ser sepultado. (Pág 109).

Não sou uma grande conhecedora de livros de crônicas, porém acredito que se o livro fosse dividido em dois seria melhor. Eu não teria tanto tempo para perceber as frases repetidas, a quantidade absurdamente alta de vezes que o autor disse exatamente a mesma coisa seguidas vezes e as chances de que eu gostasse de apenas um a cada três ou quatro textos seria menor. Ficaria mais fácil e suave para ler e talvez tivesse me agradado mais e me fizesse recomendar a obra aos quatro cantos do mundo. Não aconteceu, por isso me reservo o direito de dizer que para já teve outro contato com o autor e gostou, este livro pode ser lindo, mas para quem vai começar agora, acho melhor não ir com tantas expectativas assim.

O mais perigoso é o que é razoável [...]
[...] Antes um idiota que tenta do que um gênio que aguenta. (Pág 114).

PS: Meu livro está lotado de posts-its marcando trechos lindos, pois apesar dos contos e crônicas serem repetitivas, algumas frases são magníficas e me encantaram.

Sobre o autor:


Sou um gajo que escreve cenas. Já fui, e às vezes ainda sou, jornalista, redactor publicitário, guionista, operário fabril, barman, nadador salvador, jogador de futebol, e muitas outras coisas igualmente desinteressantes. Oriento desorientadas sessões de escrita criativa. Adoro gatos, cães e pessoas. Odeio bacalhau, marisco e eufemismos. Tenho mais de 300 mil fãs na minha página de Facebook. E sou fã de cada um deles.

Outras informações:
Compare o preço: Buscapé.
Título: Prometo falhar.
Autor: Pedro Chagas Freitas.
Editora: Novo Conceito.
História: 2/5.
Narrativa: 3/5.