terça-feira, 20 de outubro de 2015

Perdido em Marte.

Estava doida para falar deste livro aqui no blog, gente. Vem logo conferir a resenha!



Mark Watney é um engenheiro mecânico e botânico e um dos astronautas da missão Ares 3, que estava em Marte.
Após um incidente, Mark é dado como morto pelos colegas de tripulação, que embarcam de volta para a Terra antecipadamente.
Quando ele acordou, se viu sozinho em todo o Planeta, com poucos suprimentos e sem saber como se comunicar com a Terra para avisar que ainda está vivo.
Tudo indica que Mark vai morrer em pouco tempo, porém ele está decidido a adiar isso o quanto for possível e fazer uso de tudo o que tem à disposição - mesmo que sejam poucas coisas - para prolongar seus dias de vida. Resta saber até quando ele vai conseguir isso...

Foi uma sequência ridícula de acontecimentos que quase me fez morrer, e uma sequência ainda mais ridícula que me fez sobreviver. (Pág 11).


Não sei porque me interessei por este livro - afinal ele é totalmente diferente do que estou acostumada a ler - mas vou ser eternamente grata à minha curiosidade pois ela foi a responsável por me colocar, literalmente, em uma história fora de órbita. Perdido em Marte é um livro simplesmente incrível, repleto de aventura, comentários nerds, muita física (e até mesmo eu, que não entendo nada do assunto, consegui acompanhar os raciocínios então o autor realmente conseguiu simplificar as coisas), ótimas tiradas, desenvolvimento surpreendente, ritmo acelerado, muitas reviravoltas e um protagonista impagável.

Se o oxigenador quebrar, vou sufocar. Se o reaproveitador de água quebrar, vou morrer de sede. Se o Hab se romper, vou explodir. Se nada disso acontecer, vou ficar sem alimento e acabar morrendo de fome.
Então, é isso mesmo. Estou ferrado. (Pág 14).

Mark é o melhor astronauta que existe! Entre todos os tripulantes da Ares 3, com certeza ele seria o mais recomendado para ficar perdido em Marte, pois sua personalidade é tão incrível que consegue suprir tudo o que por ventura viesse a fazer falta em um ambiente tão hostil e inóspito. Ele é engraçado, inteligente, bem humorado, amigo da fita adesiva (sério!) e relativamente fora dos padrões. Sabe aquele personagem que te conquista pelo bom humor? Pois é. Ele está sozinho em um planeta inteiro e consegue achar graça em sua situação. Eu, se ficasse perdida em uma excursão da escola, iria pirar. Ele está em Marte, sozinho e sem previsões de resgate e ainda consegue achar motivos para rir. Não consigo imaginar outro personagem que fosse reagir desta mesma forma, Mark é único.

Guardei cinco embalagens de comida para ocasiões especiais.
[...] O quarto se chama "Sobrevivi A Algo Que Deveria Ter Me Matado" porque alguma merda vai acontecer, tenho certeza. Não sei o que vai ser, mas que vai acontecer, vai. (Pág 239)

O livro é narrado através do diário de bordo de Mark, portanto em boa parte do tempo só sabemos o que aconteceu depois de já ter acontecido, quando ele vai fazer o relato no diário. Digo na maior parte do tempo porque existem exceções e esses são os melhores momentos. Geralmente quando alguma coisa vai dar muito errado, o autor decide narrar os fatos acontecendo, mas não pelo ponto de vista do personagem e sim de forma neutra, apenas relatando que algo explodiu, caiu, quebrou ou se partiu. Nestes momentos você fica pirando para saber o estado do personagem, pois só sabe que ele sofreu algum acidente ou coisa assim. Este recurso usado pelo autor é muito bom e deixa com o gostinho de quero mais, sendo mais um diferencial do livro.

Temos procedimentos. Ignorar esses procedimentos significa risco. Risco significa problemas para seus departamentos. Mas este não é o momento de tirar os nossos da reta. Temos que assumir riscos ou Mark Watney vai morrer. (Pág 166).

Também acontece de termos alguns trechos do que se passa na Terra, principalmente dentro da NASA. Gerentes, chefes, diretores, controladores e todo o alto escalão da Agência se envolve na busca de soluções e sobrevivência de Mark. Entre todos os presentes nestes momentos, meu carinho especial vai para Venkat, um dos chefões, que é a melhor pessoa entre todas. É possível sentir o quanto a situação de Mark em Marte complica a vida de todos aqui na Terra. Como explicar para a população que sua agência deixou um homem em Marte sem os suprimentos básicos para sobrevivência? Não é uma situação comum e Venkat daria tudo para não estar passando por ela, mas ao se ver sem opções ele decide fazer o que for possível para ajudar e ter muita esperança por um final feliz, assim como eu fiz. Foi uma aventura maravilhosa, arriscada e com um desfecho inacreditável. Nem preciso dizer se recomendo, né?

A todos os lugares que vou, sou o primeiro. Sair do veículo espacial? Sou o primeiro homem a pisar ali! Subir em uma colina? Sou o primeiro a escalá-la! Chutar uma pedra? Aquela pedra não se mexia havia um milhão de anos!
[...] Sou a primeira pessoa a ficar sozinha em um planeta inteiro! (Pág 96)

Trailer da adaptação:

 


Sobre o autor:


Andy Weir nasceu e foi criado na Califórnia. Seu pai é um físico de partículas, e Weir cresceu lendo ficção científica clássica, como as obras de Arthur C. Clarke e Isaac Asimov.
Com 15 anos ele começou a trabalhar como programador de computador para Sandia National Laboratories. Estudou ciência da computação na Universidade da Califórnia San Diego, mas não se formou. Trabalhou como programador para várias empresas de software, incluindo AOL e Blizzard.
Perdido em Marte, seu romance de estreia, incluiu uma extensa pesquisa sobre mecânica orbital, condições em Marte, história de voos espaciais tripulados e botânica.

Outras informações:
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Autor: Andy Weir.
Editora: Arqueiro.
História: 5/5.
Narrativa: 5/5.