terça-feira, 14 de julho de 2015

Prodigy.

Finalmente consegui ler Prodigy, a continuação de Legend, um dos meus livros mais queridinhos. :D
Vem ver o que achei deste volume, vem?



Pode conter spoilers do primeiro livro.

Depois de fugirem dos militares da República, June e Day vão para Las Vegas e se unem aos Patriotas, um grupo rebelde com intenções de iniciar uma nova forma de governo.
Enquanto isso, o Eleitor morre e deixa a nação nas mãos de Anden, seu filho.
Os Patriotas estão dispostos a ajudar Day a encontrar e libertar seu irmão, que está em poder da República, e como "pagamento" por isso, a missão dele e de June é assassinar o Novo Eleitor, Anden; finalmente dando voz ao clamor da população, de se ver livre do regime ditatorial.
Para tanto, June acaba sendo enviada novamente para a República, dizendo-se arrependida por suas traições e disposta a se redimir com o Novo Eleitor. A intenção é que, com isso, ela consiga ficar ao lado de Anden, reconquistar sua confiança e assim levá-lo para uma emboscada.
Porém ao se aproximar de Anden, June nota que ele é diferente de seu pai, começa a desconfiar de outras pessoas e achar que podem estar cometendo um grande erro ao tentar assassiná-lo. Mas e se ela também estiver errada? Ou pior...  Como tentar parar o plano sem que Day perca de vez a única chance de encontrar seu irmão?
Tudo que me era familiar não existe mais. (Pág 47)
Basta que uma geração faça uma lavagem cerebral num povo para convencer as pessoas de que a realidade não existe. (Pág 107)
Sempre tenho medo de ler o segundo livro de uma trilogia, pois geralmente é nele que a autora se perde completamente (como aconteceu com Liberta-me) ou ele é apenas o mais sem graça (como Insurgente, que apesar de ter amado, considero o menos interessante da trilogia), então comecei Prodigy preocupada. E duas páginas depois eu já nem lembrava dos meus receios, tamanho meu envolvimento com os personagens e a história. Foi assustadoramente fácil me conectar novamente com June e Day, retornar ao mundo da República, ser envolvida nos novos conflitos, me fascinar com as resoluções dos antigos e me readequar ao ritmo frenético dos acontecimentos, que o li quase de uma vez só.

Mais uma vez a história está focada na revolução, na revolta, nos levantes, assassinatos e na politicagem da República. E isso é tão incrível que nem sei como descrever, pois em meio a tantos tiros, socos e explosões, a autora consegue inserir uma ou outra cena, ou fala, mais romântica, e deixar o clima mais leve, mesmo que por poucas linhas. E, na minha opinião, este é o diferencial da trilogia: não focar no casal. O romance é esquecido, deixado em segundo plano quase em período integral, mas quando ele aparece... É de derreter o coração e fazer aparecer aquele sorriso bobo que geralmente só dá o ar da graça em livros mais "leves" e "água-com-açúcar".

Outra coisa que faz toda a diferença é que, neste momento, a história vai além das fronteiras do primeiro livro. Isso aconteceu tanto no sentido territorial, quando os personagens se movimentam e se dirigem até mesmo para lugares que anteriormente só foram citados (e com isso descobrem muita coisa), e também no sentido psicológico, pois June e Day não estão mais se conhecendo e decidindo se podem ou não confiar um no outro; agora eles já sabem que caminham na mesma direção, possuem códigos secretos, conseguem mudar planos sem os verbalizar, e compartilham segredos. Por terem a certeza de ter o outro ao lado, a dinâmica deles é completamente diferente; mais intensa e madura, mesmo que ambos continuem birrentos e conflitantes. 

Marie Lu é uma autora brilhante e com tendência a finalizar livros de maneira arrasadora, então se ao terminar Legend eu estava extasiada, em sua continuação eu estava em pânico, completamente surtada. E agora estou com medo de ler o desfecho da trilogia, portanto Champion vai configurar na minha lista de não lidos por mais algum tempo, pois me falta coragem para lê-lo. É preciso dar uma pausa entre uma leitura e outra para compreender e administrar tudo. A história tem que ser absorvida em doses homeopáticas, por isso espero que vocês corram para ler, pois existe a chance de que quando terminarmos as leituras, finalmente decidiram levá-los para as telas do cinema, não é?
Seja qual for a verdade, vou ter que jogar esse jogo com muita cautela. (Pág 127)
Nenhum de nós poderá jamais apagar as consequências das coisas que fizemos e dissemos. (Pág 228).
PS: O livro segue o estilo do primeiro, com as páginas trabalhadas para parecer que são antigas e/ou foram queimadas/sujas. Lindo demais!

Sobre a autora;

Escreve romances jovens-adultos, e tem um amor especial por livros distópicos. Antes de se tornar uma escritora em tempo integral, era diretora de arte em uma empresa de jogos. É formada na Universidade do Sul da Califórnia, e atualmente vive em Los Angeles.

Outros livros da série:

Legend.

Outras informações:
Título: Prodigy.
Autora: Marie Lu.
História: 5/5.
Narrativa: 5/5.