sábado, 15 de março de 2014

Morra por mim.

Gente, esta semana foi uma completa loucura para mim, só consegui chegar no PC agora, então a resenha está saindo um pouquinho atrasada, tá?

Kate-Lou perdeu os pais em um acidente, saiu dos Estados Unidos com a irmã mais velha, foi morar com os avós em Paris e sabe que nada mais será como antes, principalmente por ter seu coração despedaçado pela perda e não saber se um dia terá condições de juntar todos os seus pedaços e tentar participar da normalidade que parece existir na vida de outras pessoas.
E essa busca pelo normal só fica mais distante quando Kate conhece Vincent Delacroix, que além de ser sexy, lindo e inteligente, é também predestinado a uma vida totalmente diferente e bastante anormal.
Vincent não é humano e possui inimigos também inumanos decididos a mata-lo e no caminho podem colocar a vida de Kate em perigo, assim como de toda sua família.
Mas Kate ainda está tentando descobrir como lidar com os restos de sua vida, não pode se dar ao luxo de jogar as poucas coisas que lhe sobraram para o alto e entrar em uma aventura que pode ser fatal tanto para sua integridade física quanto emocional... Ou pode?


Há tempos (leia-se anos) que não me encantava tão completamente por um romance entre uma humana e uma criatura sobrenatural. Já gostei muito de livros assim, já me apaixonei por séries do gênero, mas só senti tudo o que este livro me proporcionou uma única vez. Foi quando li Crepúsculo e, olhem, anos depois de ter terminado todos os livros/filmes eu ainda me pego relendo os livros e reassistindo os filmes ao menos uma vez por mês (acho que isso é amor!). Mas apesar de “Morra por mim” possuir uma protagonista humana apaixonada por um ser sobrenatural e o romance ser quase impossível, as semelhanças entre ele e a história de Edward e Bella terminam aí. Só falei sobre o assunto para “provar” o quanto este livro me encantou, emocionou e marcou.


Kate não tem nada daquela mocinha sonsa que só sabe chorar e achar que o mundo a odeia. Ela sabe que sua vida está de cabeça para baixo e que precisa colocar tudo de volta no lugar e não vai fazer isso se apenas ficar sentada olhando para o alto e achando a vida injusta. Kate chora? Ah, sim, ela chora. Mas quem, estando no lugar dela (lidando com a perda dos pais, uma mudança repentina de país e uma recém descoberta de seres não humanos e letais na cidade?), não choraria? Suas reações são completamente compreensivas e justificáveis. Por vezes tive vontade de abraça-la, em outros momentos quis estar ao seu lado para rir com ela e até mesmo ser a Kate por alguns instantes. Sua personalidade calma, sua força de vontade e seu hábito de leitura me cativaram de tal forma que desejei seu final feliz desde que comecei a leitura.

Vocês devem estar se perguntando sobre Vincent e o que ele é, exatamente, não é? Ele é uma espécie diferente (melhorada, na verdade) de zumbi. E um belo exemplo de zumbi, se querem saber. Vincent sabe ser interessante, apaixonado, charmoso e misterioso. Também possui uma personalidade forte e uma boa disposição para sair no braço com alguém, se precisar. ;p Bom, mas acho que esta não é uma característica exclusiva, pois os outros da sua família também são incrivelmente habilidosos nas artes de guerra e apesar de alguns não possuírem muitas habilidades sociais, os demais compensam tudo com grandes quantidades de espontaneidade e bom humor.

E a história em si? Ah, ela é incrível! A base que Amy Plum criou para fundamentar todo o enredo é simplesmente brilhante. Nada muito elaborado, com referencias científicas, religiosas, evolucionistas ou coisa assim. Só o essencial para dar consistência para os passos de Vincent e Kate sem deixar perguntas não respondidas. O cuidado da autora foi tanto que as cenas são descritas com delicadeza, os sentimentos explicados de forma doce e os personagens criados com humanidade. Tudo isso sendo narrado em primeira pessoa por Kate com agilidade, rapidez e um toque juvenil de tirar o fôlego. O livro inteiro, na verdade, é de deixar sem ar, pois o mesmo carinho que foi aplicado na capa (linda!) foi dedicado ao interior da obra, que possui uma diagramação elaborada e fonte em tamanho agradável. Preciso dizer mais alguma coisa? Uma das minhas melhores leituras não só deste ano, mas de sempre. Então, se puderem, leiam este livro e se encantem com Kate, Vincent e um outro lado da bela Paris...
Meu mundo normal se fora, de mais uma forma. Mas eu tinha uma chance de felicidade em um mundo novo. Talvez um mundo mais adequado para os filmes de ficção científica e horror, mas também um mundo onde eu encontrara carinho, amizade e amor. (Pág 342).

Título: Morra por mim.
Autora: Amy Plum.
História: 5/5.
Narrativa: 5/5.