segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Aprendendo a seduzir.

Terminei minha primeira leitura do Desafio de férias e já fiz a resenha do livro, então vamos ver o que achei da obra?

A Lady Caroline Linford estava decidida a casar-se com o marquês de Winchilsea, Hurst Slater, afinal ele havia sido um ótimo amigo para seu irmão Tommy e salvou sua vida quando foi baleado durante um assalto.
Em 1870, uma gratidão dessas bastava para que um casamento acontecesse e tudo estava realmente muito bem até que Caroline flagrou o noivo com outra mulher, Lady Jacquelyn.
Sem saber muito bem o que fazer, mas certa que não poderia cancelar o casamento (o escândalo seria enorme e sua mãe certamente teria uma apoplexia), Caroline decide se arriscar em um plano diferente.
Decidida a fazer com que seu noivo se interesse mais por ela, a moça precisa aprender a seduzir, e existe modo melhor de aprender do que com o maior libertino de Londres? Apesar de agora estar noivo e possivelmente perto de parar com a libertinagem, Braden Granville certamente deve saber muito sobre sedução, não é?
Inocente e determinada, Caroline vai atrás de Braden e pede que ele lhe ajude com "lições do amor", mas a verdade é que durante essas aulas ela aprende muito mais do que imaginava, incluindo um amor verdadeiro e um tanto impossível...

Ok, que tenho tendência a gostar das obras assinadas pela Meg Cabot, acho que todo mundo sabe, não é? Minha curiosidade sobre esta obra era muito grande, pois não tinha tido oportunidade de conhecer Meg sobre o pseudônimo de Patrícia e constatar se existia mudanças entre as obras assinadas por Meg ou Patrícia. Além do mais, amo romance histórico, o que só aumentava minha curiosidade sobre tudo. Certamente as expectativas estavam altas e, apesar de não achá-lo um livro perfeito, Aprendendo a seduzir foi um bom primeiro contato com Patrícia Cabot.

A história de Caroline é um pouco clichê, afinal "a mocinha inocente que se apaixona pelo pior libertino de todos" é um tema muito usado em romances históricos, mas aqui existe alguns diferenciais. Exemplos: o romance não é impossível somente por ela ser ingênua e ele um conquistador de marca maior, os dois estão noivos, os dois não se encontram em condições de simplesmente cancelarem o casamento e chega a aparecer um outro detalhe durante a história, que faz com que tudo venha abaixo e as coisas mudem bastante. Além de tudo, ainda retrata bem a situação da mulher naquela época, totalmente alheia ao que se passava no resto do mundo, e até mesmo uma luta por igualdade entre os sexos, liderada por Emmy, a amiga de Caroline que assume a responsabilidade de mostrar que as mulheres não deviam ser excluídas. Portanto, não é apenas mais uma história sem graça de amor impossível. O livro tem boas características históricas. E algumas reviravoltas.

E talvez este seja o meu problema com ele. Achei que na metade do enredo a autora simplesmente quis fazer mais do que podia com a história, inserindo um detalhe sobre determinado personagem e mudando os rumos que a história estava tomando. Depois de um tempo, a autora conseguiu "pegar as rédeas" novamente e colocou tudo nos trilhos, mas ainda acho desnecessário o que ela fez e preferia que algumas informações ficassem ocultas ou simplesmente não existissem, pois achei que ela simplesmente deu uma volta maior, complicando mais as coisas, para praticamente não andar com a história. Foi uma parte entediante, assim como Caroline se tornou em alguns momentos. As vezes ela simplesmente deixava sua teimosia, inocência, determinação e sinceridade de lado e se deixava agir como uma criança manhosa. Fiquei irritada nesses momentos, mas depois voltava a ficar feliz quando ela dava a volta por cima e fazia o que devia ser feito, assim como Braden, que não me desapontou em momento algum. Um perfeito cavalheiro.

A narrativa é feita em terceira pessoa, majoritariamente no ponto de vista de Caroline ou Braden, mas também incluindo alguns outros personagens que acrescentariam algumas coisas em determinadas cenas. As vezes a troca de ponto de vista me deixava confusa, mas não era sempre. O que me deixava irritada era a revisão, que, sinceramente, deixou a desejar, principalmente na hora de separar fala e pensamento. Tudo aparecia junto e se não tivesse prestando muita atenção, facilmente me perdia e não entendia o que estava acontecendo. A história certamente merecia um carinho melhor, pois apesar dos pontos negativos que ressaltei, ela é muito agradável, bem construída, com um final muito lindo e também me fez dar boas risadas diante da inocência de Caroline, portanto recomendo bastante esta obra. Sua narrativa rápida e direta, aliada aos personagens fortes e carismáticos, fazem a leitura ser bem simples e agradável.

Mesmo um ato tão simples quanto respirar, por alguma razão, tornava-se difícil para ela quando Braden Granville estava por perto. (Pág 100).

Editora: Essência.
História: 4/5.
Narrativa: 4/5.