terça-feira, 10 de dezembro de 2013

É assim que você a perde.

Gente, estou de férias! *pula feliz* Quase nem acredito.
Ok que assim que entrei de férias meu PC decidiu parar de funcionar, mas vou tentar resolver o mais rápido possível e voltar por aqui, ok? :D



Yunior não tem um bom histórico de relacionamentos.
Sua pouca capacidade de fidelidade acaba sempre estragando suas relações amorosas, causando problemas, machucando corações e coisas assim. Aconteceu até com sua querida Magdalena!
São diversas histórias, com variados personagens, mas sempre com o mesmo "problema" e também desfecho, que fazer Yunior se sentir mal, querer mudar, se defender e tentar fazer tudo diferente, mas ele pode conseguir?



Esta é a primeira obra que eu leio do autor Junot Díaz e sequer o conhecia antes de me interessar por "É assim que você a perde", mas infelizmente este não foi um bom primeiro contato. Não achei o livro ruim, mas de certa forma esperava algo diferente, mais cômico e mais sentimental. Gostaria de poder sofrer junto com Yunior e também entender o que o levava a agir de forma infiel (não que eu acredite que existe uma justificativa aceitável para isso). Não consegui. Os contos reunidos neste livro e que contam a história de Yunior são intrigantes e até divertidos, mas não conseguiram me envolver. Além disso, um deles não tem Yunior como personagem e ainda não entendi seu propósito.

A história de Yunior não me conquistou, pois não encontrei as explicações por seus atos, não me aproximei dele da maneira que gostaria e só o que me agradou um pouco foi ver como ele realmente se arrependia de suas atitudes e tentava reconciliar com a namorada (em diversos momentos). Eu já sabia que não daria certo, mas vê-lo tentar foi intrigante, pois mesmo sabendo que ele não merecia aquela tal de "segunda chance", eu até ficava torcendo um pouco para que ele conseguisse, afinal, estava se esforçando! Mas sua história em si não foi muito boa, acabei preferindo a de seu irmão Rafa, que aparece diversas e diversas vezes. Queria acompanhar mais a história dele, saber mais sobre ele e o que ele pensava. Facilmente trocaria a chance de acompanhar a vida de Yunior pela de Rafa, se pudesse. No geral, os dois se mostram uma dupla bastante infiel e rebelde, porém é possível perceber como são fortes por enfrentarem diversos problemas com o preconceito por serem negros e viverem nos EUA, principalmente Yunior. Este foi um ponto positivo para o autor, ao saber explorar este aspecto com muita delicadeza e, acredito, realidade.

A narrativa varia entre uma linguagem culta e palavras de baixo calão, passeando pela forma falada e com muitas palavras em Espanhol, sem tradução. Acredito que a editora não traduziu algumas palavras para manter o estilo do autor e gostei. *-* Como tenho certo conhecimento em Espanhol, não tive dificuldades para entender, mas isso pode ser um problema para quem não conhece o idioma. Seria interessante se existissem, no rodapé, a tradução dessas palavras para auxiliar o leitor. Mas, como disse, isso não me atrapalhou. Os aspectos negativos determinantes foram a falta de uma ordem cronológica entre os capítulos/contos e principalmente, a não explicação de cada relacionamento que Yunior teve, muito menos de como exatamente eles terminaram.

Depois de terminar a leitura com um ponto de interrogação no rosto, sem ter entendido muita coisa do livro inteiro, fiquei pensando no que poderia ter acontecido, se foi apenas mais uma das minhas frustrações com o enredo ou minha falta de envolvimento com o protagonista. As razões e caminhos podem variar, mas o resultado é que o livro não foi o que eu esperava, passou longe de ser uma das minhas melhores leituras e me deixou confusa, mas ainda possui aspectos positivos, como a questão do racismo, que foi muito bem trabalhada e a história de Rafa (gostei dele!). Quem gosta de livros do gênero, pode vir a cair de amores pela obra, mas comigo não deu certo. :(

Até que não sou um mau sujeito. Sei o que parece - que estou na defensiva, e é balela - , mas pode crer. Sou um cara igual a todo mundo: fraco, cheio de defeitos, mas, basicamente, do bem. A Magdalena, porém, discorda. Ela me considera o típico dominicano: um sucio, um babaca. (Pág 13).

Autor: Junot Díaz.
Editora: Record.
História: 2/5.
Narrativa: 3/5.