sábado, 16 de novembro de 2013

Pobre não tem sorte.

Resenha de final de semana chegando... :D

Marina é pobre e isso a irrita profundamente.
Como ela pode manter seu guarda roupa atualizado de acordo com as revistas? Como vai conseguir comprar aquela bolsa linda que ela viu na vitrine do Shopping esses dias? Como vai pagar por aquele jeans perfeito que todas as suas amigas tem, menos ela? Como vai poder descansar em algum SPA de luxo? Ou simplesmente sair para gastar um pouco? Como vai sair daquela cidade pequena cheia de fofoqueiros?
Ela está em crise, mas de repente ela percebe que as coisas estão mudando...
Parece que aqueles sonhos que ela tanto alimenta, aquela vida que ela tanto almeja, está mais perto do que imagina, pois se percebe uma noiva desesperada para tornar seu casamento um evento maravilhoso que ninguém possa colocar defeito e que apareça no jornal da cidade... Afinal, ela vai se casar com um homem lindo... Que, por sinal, é rico.
Mas, afinal, ela é pobre, e pobre não tem sorte!


Minha sinopse pareceu fútil? Bom, eu tentei fazer ficar fútil, para mostrar um pouco de como a Mariana é e de como isso me irritou profundamente. Vocês não tem ideia de como ela fantasia e dá valor para coisas basicamente inúteis. Entendo perfeitamente que o livro é um chick-lit, e como tal, possui uma protagonista meio avoada, mas bom, tudo tem limite, não é? E Mariana, definitivamente, foi além do que eu considero tolerável para qualquer ser humano em níveis de futilidade, imaturidade, egoísmo e autodepreciação. No começo bem no começo mesmo eu até achava graça em como sua mente funcionava e em todo o mundo que ela criou para si, mas depois isso deixou de ser engraçado e se tornou estressante, afinal, espera-se que e a garota cresça, não é? Pois bem, ela cresceu. Mas só depois de me levar ao limite da paciência.

Excetuando a protagonista que me tirou do sério, o rumo que a história segue é interessante e até realista. Acontecem coisas que podem acontecer com qualquer um em qualquer momento e isso é bom para fazer o leitor se envolver, caminhando para um final que realmente me agradou e deu boas esperanças de que o segundo livro vai ser ainda melhor do que este e que Mariana vai me irritar menos (espero!).

Apesar de achar que o vocabulário foi raso demais e muito comum, gostei da narrativa em primeira pessoa da autora e do modo como ela quase me convenceu a não detestar completamente Mariana, pois ela desenvolve tudo de acordo com o ponto de vista, mesmo que deturbado, da protagonista e isso quase acaba virando lógico, te fazendo aceitar que as coisas aconteceram mesmo daquele jeito e que ela está com toda a razão. Quase. Não caí nessa por ser teimosa e já estar "de mal" de Mariana logo depois de umas cinco páginas, mas reconheço que a autora sabe como fazer o leitor acreditar naquilo. Enfim, gostei e estou ansiosa para ler o segundo (que já está aqui em casa) e saber das outras maluquices da Mariana e recomendo este primeiro para quem gosta do gênero chick-lit e está disposto a aturar a protagonista fazendo milhões e milhões de trapalhadas por aí...

Mas, não sou rica. Não sou mesmo. E esse é o meu carma. Sabe de quem é a culpa? Do Sr. Destino. É verdade. O infeliz estava totalmente distraído quando chegou a minha vez de nascer. Ao invés dele me mandar para uma família rica de Paris, que era meu lugar pré-estabelecido por algum anjo bondoso, o cabeça de vento me mandou para o subúrbio de Presidente Prudente.

Pobre não tem sorte! (Pág 16).

Autora: Leila Rego.
Editora: All print.
História: 4/5.
Narrativa: 4/5.