segunda-feira, 26 de agosto de 2013

O Visconde que me amava.

Gente, resenha do segundo livro da série Os Bridgertons. *-* E não tem spoilers. :)

Anthony Bridgerton, o libertino mais famoso de Londres, surpreendeu todo mundo ao anunciar que daria um basta em sua vida de romances breves e avassaladores e iria casar-se.
Este pronunciamento imediatamente o colocou em duas posições bastantes distintas do ponto de vista das mães de moças solteiras e em idade de casar: ao mesmo tem que é o solteiro mais cobiçado da temporada é também o mais temido, pois poucas pessoas acreditam que um libertino de marca maior como ele possa se tornar um bom marido.
Kate Sheffield pensa desta forma, apesar de não ser um das mães, e sim uma das moças solteiras. Mas ela não teme por si mesma, e sim por sua irmã mais nova, Edwina Sheffield, o diamante da temporada. Com feições perfeitamente esculpidas e gestos delicados, Edwina é tudo aquilo que Kate não é.
Kate não suporta a ideia de andar de modo tão lento e delicado, não se deixa ser conduzida e não recebe muita atenção, pois está sempre observando, de longe, a irmã receber toda atenção. Entretanto, isso não a desagrada muito.
O que a desagrada profundamente é saber que o visconde Anthony Bridgerton está desejando fazer à corte para Edwina. Ele é o exato tipo de homem que ela quer longe de sua irmã mais nova. A única coisa que a acalma, um pouco, é saber que a irmã não aceitaria casar-se se Kate não aprovar seu noivo. E ela certamente não aceitara o visconde. Não mesmo.
Porém, Anthony parece decidido a desposar Edwina e aceitou que para isso precisará amansar a fera que é sua irmã mais velha. O que nenhum dos dois esperavam era que essa convivência forçada poderia mostrar que o ódio mútuo pode se transformar em algo mais. Algo mais leve, mais bonito, com mais características de amor...


Como eu gostei muito do livro como um todo, acho melhor começar a resenha comentando sobre o único detalhe que me incomodou um pouco durante alguns momentos não todos antes de me deixar levar e dizer o quanto eu adorei mais esta trama da Julia Quinn: o protagonista. Isso mesmo, o Anthony me desapontou com atitudes que divergiam com a imagem que eu tinha dele. Quem leu minha resenha de O duque e eu, o livro anterior, sabe que ele me agradou ainda mais do que o próprio protagonista, e eu ansiava por conhecer mais sobre ele. Acho que foi aquilo de conhecer a pessoa "de longe" e achar tudo lindo e maravilhoso, mas ao chegar mais perto perceber que não é bem assim. :(

Sim, ele continua lindo, continua dando as melhores respostas e ainda me faz suspirar em alguns momentos, mas sinceramente não esperava por certas atitudes dele e acabei desiludida. Só estou comentando sobre o assunto por gostar de ser sincera nas resenhas, mas isso foi uma coisa tão pessoal que provavelmente vocês não sintam o mesmo durante a leitura. A questão é que eu provavelmente idealizei demais o personagem. Não acontecerá com vocês, eu acho...kkk Agora, vamos para a parte boa, ou seja, tudo. É, tudo mesmo: a narrativa em terceira pessoa que aproxima o leitor tanto de Anthony quanto de Kate, as reviravoltas que sempre aparecem, as implicâncias entre os protagonistas etc.

Como já comentei sobre Anthony, vou falar sobre como a Kate é petulante, inteligente, teimosa e divertida. Gostei muito de seu modo de ver a sociedade à sua volta e dei bastante risada enquanto ela importunava a vida de Anthony. ♥ Os demais personagens são coerentes e aparecem na medida certa. Não roubam a cena, nem se perdem pelo caminho. Aparecem, tem suas próprias histórias traçadas e seguem suas vidas. *-*

Julia Quinn conseguiu manter o nível do primeiro livro envolvendo e cativando o leitor, explorando a psicologia de seus protagonistas, enriquecendo o pano de fundo com fofoqueiras de plantão e detalhes sobre a vida no século XVIII que te faz acreditar que voltou no tempo. Quem já leu e gostou de O duque e eu, certamente não irá se decepcionar com o segundo livro, quem não curtiu tanto assim pode dar outra chance para a autora e quem não leu nenhum dos livros, ora, o que está esperando? :)

PS: Os livros tem uma ordem cronológica, mas como cada um deles conta a história de um irmão da família Bridgerton, não interfere muita coisa ler fora da ordem. ;p

Tudo nela era excessivo. Até a boca, que o matara de constrangimento com seu fluxo infinito de insultos e opiniões, era carnuda demais. Nas raras ocasiões em que ela a fechava e lhe proporcionava um abençoado instante de silêncio (já que decerto não conseguia ficar calada por mais do que apenas um instante), tudo o que ele via eram os lábios, cheios e carnudos e - desde que ela os mantivesse fechados, sem dizer uma palavra - eminentemente beijáveis. (Pág 76).

Autora: Julia Quinn.
Editora: Arqueiro.
História: 4/5.
Narrativa: 5/5.