sábado, 24 de agosto de 2013

A Livraria 24 horas do Mr. Penumbra.

Resenha de final de semana! õ/

Clay Janoon é um web designer que estava desempregado e por isso foi obrigado a aceitar um emprego em uma livraria muito estranha. A livraria 24 horas do Mr. Penumbra.
Além do nome diferente, seu dono, Mr. Penumbra é um homem, no mínimo, intrigante e parecido com um gnomo.
O horário de trabalho de Clay é o noturno, e mesmo já tendo notado que a livraria não parecia muito normal, ele acaba se assustando um pouco com o público seleto que a frequenta.
Pessoas que aparecem correndo, no meio de noite, quase desesperadas, querendo um daqueles muitos livros que ficam nas prateleiras mais altas nos fundos da loja. Aqueles mesmos livros que ele foi proibido de ler.
No começo ele até se conformou em passar as noites de forma solitária cercado por livros desconhecidos e a espera de pessoas quase desesperadas que surgem do nada no meio da madrugada, mas depois de um tempo a curiosidade foi aumentando e...
Ele e seus amigos Mat e Neel, junto com Kat, uma garota que trabalha na Google, descobrem coisas que definitivamente não deviam e se veem rodeados de livros, tecnologia e outras complicações.


Se você gosta de ler (como eu imagino que goste) e é bem ligado nos avanços da tecnologia você tem sérias chances de cair de amores por este livro, pois ele faz uma união interessante entre o mundo literário e o tecnológico e ainda coloca nosso mundo "real" em prova.

O modo delicado e realista como o autor trabalha a questão do amor pelos livros, pelas histórias, as frustrações com adaptações cinematográficas não feitas ou feitas de forma absurda, os livros em formato digital, a aceitação deste formato pela população... Tudo isso foi abordado de forma gostosa e atraente, o que me decepcionou foi a história em si, que me pareceu absurda demais e um pouco sem sentido.

Os segredos guardados nos livros que Clay era proibido de ler podiam ser melhores. Ou mais lógicos. Ou objetivos. Podiam ser outros. Não gostei da forma que esta parte mais misteriosa e fantástica se desenvolveu, e por ser o que impulsiona a história, isso foi um fator determinante para que eu não gostasse tanto assim do livro. O mistério todo não me convenceu e eu queria muito ser convencida, dei chances e mais chances para que o autor conseguisse me mostrar na próxima página que aquilo tinha uma certa lógica, mas a cada página virada eu só ficava mais desapontada, até que desisti. Aceitei que a ideia do autor é maravilhosa, que a essência da história é muito bonita, que Clay, o protagonista, é singular, agradável, divertido, inteligente e carismático, mas o desenvolvimento podia ser melhor e mais real.

Na verdade, não é só Clay que é um ótimo personagem. Neel é divertido, Kat é maravilhosa, Mat é carismático e até mesmo Penumbra foi bem construído e explorado. A narrativa também é boa. Não tem muitos diálogos, mas isso não faz com que seja cansativa então acho que posso dizer aqui que o Sloan é sim um bom autor e que ainda pretendo ler outros livros dele, mas com certeza pode melhorar em questão de desenvolver melhor suas histórias. É um bom livro para passar o tempo, uma boa companhia para uma tarde gostosa, mas não vi nada além disso, apesar de ter lido várias resenhas dizendo que ele era maravilhoso. Então, pode ser que vocês gostem mais do que eu. E até espero que isso aconteça. *-*

Me pergunto se esse silêncio e essa solidão podem acabar afetando o meu cérebro. Não me entenda mal: estou grato por ter um emprego, por estar sentado nessa cadeira para ganhar silenciosamente dólares (não muitos) que posso usar para pagar o aluguel, comprar fatias de pizza e aplicativos do iPhone. Mas estava acostumado a trabalhar em um escritório. Costumava trabalhar em equipe. Aqui sou só eu e os morcegos (Ah, tenho certeza de que há morcegos lá em cima). (Pág 46).
Autor: Robin Sloan.
Editora: Novo Conceito.
História: 3/5.
Narrativa: 4/5.