segunda-feira, 17 de junho de 2013

Na companhia das estrelas.

Consegui voltar aqui!!! E estou quase de férias, então logo logo vou poder me dedicar melhor ao blog.

A gripe foi responsável pela devastação que atinge o mundo todo, tornando o caos algo natural, homens lutando pela sobrevivência assim como os últimos animais selvagens, aqueles que ainda resistem em se render à destruição que os cerca.
Em meio a tudo isso está Hig. Viúvo e sem familiares vivos, ele sobrevive em um hangar de um pequeno aeroporto abandonado, somente com seu cachorro Jasper, outro sobrevivente da gripe, e um único vizinho com grandes tendências a atirar primeiro e conversar depois.
Juntos os dois conseguiram construir um lugar de provável segurança, onde cultivam poucas hortaliças e verduras, obtém energia da luz solar e água do rio que passa por perto.
Hig tem um avião dos anos 1950 e o usa para patrulhar a redondeza, garantido que não terão visitas inesperadas e indesejadas.
Em uma das patrulhas, ele capta uma mensagem de um provável outro sobrevivente, há quilômetros de distância.
Ao contrário de seu companheiro, que não espera que nada de bom possa vir dos poucos humanos que ainda restam no mundo, Hig acredita que finalmente encontrou algo de bom, algo que pode dar sentido ao terror em que vive diariamente. Sua esperança de não estar completamente sozinho, aquela vontade de acreditar que ainda existe alguma chance para a humanidade faz com que ele decida pegar seu pequeno avião e ir em busca desse desconhecido, mesmo sabendo que pode ser uma viagem sem volta.



Uma história para lá de inovadora, não é? Um mundo completamente devastado, com as pessoas lutando para sobreviver, uma busca frenética por comida e abrigo ao mesmo tempo em que buscam se manter longe das pessoas que ainda contém o vírus da tal gripe que foi a responsável por matar todo mundo... Sim, muita coisa intensa e até um pouco assustadora. Tudo isso dividido em três “estágios”, pois o livro tem “Parte 1”, “Parte 2” e “Parte 3” em uma ordem cronológica e coerente.


A que eu mais gostei foi a “Parte 2”, pois foi onde eu comecei a me interessar mais pela história, foi quando ela começou a me prender mais. No começo era tudo novo e não gostei muito da forma com que o autor apresentou este cenário e até mesmo o protagonista. Achei Hig apenas aceitável. Nada a mais e nada a menos. Um personagem simples, sem nada marcante. Por isso demorei para engrenar a leitura, mas depois consegui pegar o ritmo e passei a me envolver mais, até a “Parte 3”, que achei bem melhor do que o começo, mas não foi como a anterior, onde eu realmente me envolvi.


Falei sobre como achei Hig um personagem simples, então é claro que não seria meu personagem favorito, não é?!haha Sim, não foi ele. Não que eu tenha amado algum personagem, mas o que mais me agradou foi o vizinho dele, que mesmo com a tendência a atirar em tudo que se move, é uma pessoa determinada, meio misteriosa e muito inteligente. Gostei dele e da forma como ele foi construído. Foi basicamente quem deu a graça maior para o livro, apesar de não aparecer muito na "Parte 2". Sobre a história em si, achei que podia ter sido mais trabalhada a questão da gripe, com mais detalhes para dar uma base melhor para os personagens e até mesmo para explicar suas particularidades, seus medos e suas atitudes.


E achei que a narrativa também deixou um pouco a desejar sobre as divisões de tempo, cenário e falas, pois em alguns momentos Hig lembrava de sua “antiga” vida e quando voltava para a sua realidade atual, eu me perdia e precisava reler algumas linhas para encontrar a lógica novamente. E algumas falas também ficavam meio perdidas, eu não tinha muita ideia de quem falava o que. Fiquei confusa com isso também. Não achei o livro ruim, só queria que fosse um pouco mais trabalhado em alguns pontos e melhor dividido entre os cenários, mas ainda assim ele passa uma mensagem legal sobre tentar encontrar um sentido para  avida quando tudo parece perdido.

Meus pensamentos são bons porque têm sua finalidade, mas muitas vezes estão deslocados, é meio triste. Às vezes imagino se os pensamentos não deveriam estar a milhares de quilômetros daqui em um lugar com milhões de hectares de abetos da Noruega. Às vezes não confio em meus pensamentos. Não para fugir do perigo... Provavelmente não é meu cérebro; provavelmente é normal para a situação em que estamos. (Pág 16).

Autor: Peter Heller.
Editora: Novo Conceito.
História: 3/5.
Narrativa: 3/5.