segunda-feira, 27 de maio de 2013

Sete dias sem fim.

Vamos começar está semana linda de feriado com uma resenha de um livro para lá de divertido?! \o/

Judd Foxmam tem 34 anos, é casado com Jen há nove anos, não tem filhos, pois a única vez que Jen engravidou, ela perdeu o bebê e agora descobriu, da maneira mais trágica possível, que sua mulher o traia. Com o seu chefe.
Sem mulher, sem emprego e morando em um velho porão alugado, Judd não tem ideia do que fazer com a própria vida, então sua irmã liga avisando que seu pai faleceu.
Como se tudo isso não fosse suficientemente trágico, o último desejo de seu pai foi que a família cumprisse sete dias de luto, uma tradição judaica.
Então lá se vai Judd, passar sete dias com o resto da família:
A mãe psicóloga famosa por um livro onde ensina mães desavisadas a criarem seus filhos da melhor maneira possível através dos métodos usados por ela mesma; Paul, o irmão de mal com a vida desde sempre com uma mulher que sonha em engravidar; Wendy, a irmã com dois garotinhos incapazes de ficarem quietos, uma bebê que só chora e um marido que passa o tempo todo no celular resolvendo todos os problemas do mundo e por fim, Phillip, o caçula desajustado com talentos inúteis que vive desaparecendo para depois reaparecer dizendo que estava preso ou coisa assim.
Todos eles confinados em uma mesma casa durante sete dias. Não é algo propenso a dar certo, mas pode render boas risadas.


Com uma narrativa leve, espontânea e livre de censura, somos apresentados a uma história para lá de hilária, repleta de tiradas interessantes, situações cômicas, confusões e muitos socos e pontapés. Sabemos que as famílias são meio maluquinhas, que quando todo mundo está junto acaba dando confusão, um ou outro saí revoltado, mas a família Foxmam não é, de longe, uma família assim. Ela consegue ir além das trapalhadas convencionais, elevando o nível da confusão para os socos em questão de segundos e depois disso, bom, as coisas só ficam mais e mais complicadas, tensas e cômicas.

Não tem como não se deliciar com os personagens e suas complicações. Judd tem sua pópria tragédia grega e não precisava presenciar as confusões da família, Phillip tem um senso de oportunidade incrível, Wendy parece incapaz de pensar antes de falar e Paul tem que estar sempre de cara amarrada pela casa. Isso sem contar maridos, esposas, namoradas, filhos e vizinhos que vão se agregando nesta maluca reunião forçada onde os enlutados parecem cada vez mais dignos de pena, por diversos motivos e situações.

E gente, quando eu pensava que a coisa não podia ficar mais estranha ou bizarra, ela ficava! Até me assustei com a capacidade do autor de criar tantos detalhes e cenas absurdamente engraçadas que me fizeram rir descontroladamente, principalmente por conta da narrativa, que transborda sorrisos, naturalmente divertida, sem se tornar forçada em momento algum. Isso me surpreendeu.
Só o que não me agradou muito foram dois pequenos momentos da história, em que eu fiquei revoltada com algumas atitudes do protagonista, mas isso é algo pessoal demais, e o final me deixou com gostinho de quero mais, no sentido chato de que eu queria um final um pouquinho mais concreto do que este.

Exceto estes detalhes, o livro é uma grande oportunidade de rir até o rosto doer e ainda passa uma lição muito bonita sobre como em alguns momentos, por mais que nosso sonho seja o contrário, não tem como fugir de algumas ligações...

PS: No finalzinho do livro está escrito que os direitos foram comprados pela Warner Brothers, que pretende filmá-lo em 2013. E quem fez o roteiro foi o próprio autor. Agora resta esperar que o filme seja lançado e que o autor não tenha sido o responsável por fazer um roteiro ruim da própria obra, não é?! Espero rir horrores no cinema, assim como ri com o livro!
É totalmente inconcebível que consigamos sobreviver sete dias juntos aqui, desviando-nos uns dos outros como moléculas girando em uma solução química. Não há como saber como tudo vai acabar, mas, em termos de metáfora, não dá para imaginar coisa muito melhor do que defecar em porcelana fina (Pág 47).

Editora: Arqueiro.
História: 4/5.
Narrativa: 5/5.