domingo, 3 de março de 2013

Cante para eu dormir.

Consegui um tempinho entre as coisas da faculdade e terminei mais um livro... \o/

Beth é conhecida como A Fera na escola. Sempre anda de cabeça baixa, não fala, não sabe se relacionar e não tem amigos.
Seu único amigo é Scott, um nerd que misteriosamente não a abomina por sua aparência ou seu jeito de ser.
Já acostumada a ser tratada com hostilidade, ela tenta enfrentar a escola com garra, protegendo sua mãe de todas as maldades do Ensino Médio, e seu refúgio é no coro onde canta.
Depois de uma pequena reviravolta, ela é a escolhida para ser a solista do coro, vive uma verdadeira transformação ao estilo Cinderela, se transformando em A Bela e faz uma viagem para a Suíça, onde conhece pessoalmente o solista de um coro concorrente, Derek, (eles já tinham se falado uma única vez pela internet) e descobre nele um garoto encantador capaz de confortá-la nos momentos tristes e tornar os felizes ainda mais encantadores. E manter o contato depois do fim da viagem é uma necessidade.
Porém ao mesmo tempo que ela vai se apegando mais a ele, passando a querer estar cada vez mais ao seu lado, ele se torna mais distante, escondendo coisas que talvez ela não queira mesmo saber.
Mas ela precisa saber, não é? Ele não a ama? Ou será que ele ama A Bela? A nova Beth? O que será que ele faria se conhecesse a Beth A Fera? Aquela Beth que Scott parece amar...


Este livro me despertou diversas emoções; acho que experimentei um pouquinho de tudo enquanto o lia: injustiça, felicidade, dor, alegrias, saudade, ódio etc. Foi uma reviravolta de emoções que começou logo na primeira página, com um sentimento de tristeza, e só fui me afeiçoando mais a ele durante o desenvolvimento da história, até mais ou menos a metade, quando Beth recebe sua transformação. Neste momento ela muda muito em questão de personalidade e isso foi bom, até certo ponto. Depois de voltar da viagem, parecia que não era mais ela que estava ali, e sim uma garota fútil e dependente, que me tirou do sério com a necessidade do Derek, quase uma obsessão, chegando a falar/fazer coisas que me pareceram absurdas demais.

Derek, por sua vez, me conquistou muito mais do que a própria Beth. Me irritou em poucos momentos, mas no geral era um menino doce, misterioso e muito altruísta. Gostei muito dele, ao contrário do Scott, que foi ódio à primeira vista e depois ele não fez nada para mudar minha primeira impressão. Mas mesmo com a obsessão de Beth, a narrativa é capaz de envolver e aproximar o leitor, expondo sentimentos de forma literalmente melodiosa, com todas as composições que ela vai fazendo ao longo da trama. Melodias que tocam de verdade o leitor, tamanha a carga de esperança, tristeza, alegria, confusão que é expressa em forma de versos aleatórios.

E acho que estas composições deviam ter recebido mais carinho na hora da edição, senti muita falta de ilustrações com notas musicais ali, para dar uma graça ainda maior. Ia ficar lindo. *-* Mas já ajudaria se as margens tivessem sido mais respeitadas, pois o espaço entre a última letra e o final da folha é mínimo, parece que a Editora queria diminuir a quantidade de páginas do livro, economizando todo o espaço possível. E a revisão não é uma das melhores também, infelizmente.

Queria que o trabalho e carinho que foi depositado na hora de montar a arte da capa (que é maravilhosa) tivesse se mantido durante o resto de produção do livro. :( E, no geral, Cante para eu dormir me fez chorar rios, apesar de ter odiado as duas últimas páginas e é um livro bom/realista/tocante/intenso, mas não perfeito.

Suas palavras
Por que elas me definem?

Por que acredito em você?
Seu rosto,
Seus lábios e seus dedos
Não os despeje em mim.
Sou de carne, osso e sangue,
Não de barro para ser triturada
E queimada no fogo
Que seu ódio faz arder.
Assim como as garotas bonitas,
Também sangro quando sou ferida. (Pág 13).

Editora: Pandorga.
História: 3/5.
Narrativa: 4/5.