quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Cuco.

Resenha nova!

Rose e Polly são amigas desde pequenas, passaram por muitos momentos difíceis, mas a amizade sempre foi acima de tudo, então quando o marido de Poll morre, Rose convida a amiga a passar um tempo em sua casa, para que se recupere da perda.
Polly, que já foi uma cantora de grande sucesso, muda-se para a casa da amiga junto com seus dois filhos pequenos, Yannis e Nico, mas leva consigo a dor da perda e seus modos diferenciados de expressá-la, ou não.
Rose não sabe muito bem como agir perto da amiga no começo, porém logo decide que o melhor é deixar bem claro que ela, Gareth (seu marido), Anna (sua filha pequena) e Flossie (sua bebê), estão felizes com a visita de Poll e que ela deve sentir como se estivesse em sua própria casa.
Só o que Rose não imaginava era que a estadia de Polly ali iria, aos poucos, fazer com que ela perdesse o controle da própria família, sentir-se deslocada e fora de contexto, além de ver a destruição daquela vida calma e pacata que sempre sonhou em ter. E o pior é que está cada vez mais difícil tirar Polly de sua vida.


Eu falei deste livro no Li até a página 100... da semana passada e já deu para entender que eu não estava amando a leitura, não foi? A narrativa é extremamente detalhista, lenta e em diversas vezes, confusa. A autora perdeu muito tempo descrevendo a paisagem local, a forma como o sol aparecia por entre as árvores, a maneira como o rio estava cheio naquele momento, mas depois de duas semanas provavelmente estaria bem mais vazio por conta da mudança do clima e blábláblá... Coisas que eu considerei banais demais, enquanto poderia ter elaborado mais a história, dado mais consistência e enredo, além de movimento.

O livro tem mais de 400 páginas, mas acho que se tivesse pouco mais de 150, seria melhor, pois 70% do livro foram apenas detalhes (cheguei a contar mais de quatro páginas de descrição, sem nenhum diálogo) e a história começou a ganhar forma e me envolver um pouco por volta da página 350, mas ainda assim foi difícil me concentrar.

Com uma narrativa que me deu sono, a autora não conseguiu dar uma forma agradável para os personagens também. Todos eles tem passados sombrios que refletem em suas ações atuais, os tornando problemáticos enquanto lidam com seus próprios fantasmas. Gosto de livros com personagens complexos assim, mas acredito que a mágica é encontrar um que ajude os outros, e neste caso, todos são problemáticos e precisam de ajuda! Pareceu que ficou para Yannis e principalmente para Anna (as duas crianças mais inocentes), serem fortes e suportarem os complexos dos adultos, o que achei injusto.

Além de tudo, pela sinopse do livro, já sabemos que Polly não é de confiança, mas ela somente começa a mostrar suas "garras", de verdade, quase no final do livro. Ou seja, a sinopse oficial acaba contando a história toda, exceto o final, que ao meu ver, deixou muito a desejar. Foi rápido demais, com um detalhe que me pareceu surreal e destruiu qualquer chance que o livro tinha de chegar perto de um dos que eu tenha gostado. A leitura inteira foi quase um mártir e depois de terminar, conclui que a autora tinha um ótimo tema para explorar e tudo para construir uma trama viciante e até assustadora, mas só o que ela conseguiu foi construir personagens realmente inexplicáveis e um final abrupto e até fútil, infelizmente.
Tudo era tão frágil. (Pág 14).

Título: Cuco.
Autora: Julia Crouch.
Editora: Novo Conceito.
História: 2/5.
Narrativa: 1/5.