segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Um lugar para ficar.

Ok, eu sei que este mês é especial nacional, mas eu não consigo me manter lendo SOMENTE livros nacionais, então também vou resenhar livros internacionais, tá?rsrs


A mãe de Clara Oates faleceu quando a filha ainda era pequena, então ela foi criada somente pelo pai, Bobby Oates, um famoso escritor, que sempre cuidou da filha com muito carinho e dedicação... E apesar de Clara ignora-lo, alertou também sobre seu relacionamento com Christian.
Ela e Christian se conheceram em circunstancias improváveis (ou destino?) e foi amor à primeira vista. Mas o relacionamento era marcado pelo ciúme de Christian.
No começo, era tudo bonitinho e ela até entendia, porém com o tempo as crises de ciúmes começaram a se tornar mais frequentes e ela se viu incomodada. Chegando a sentir medo do namorado.
Nada mais racional do que terminar o namoro, não é? E Clara faz isso. Mas Christian não aceita que a perdeu e que agora ela está livre para ser feliz com algum outro cara...
A situação fica tão complicada que Clara se vê obrigada trocar o número do telefone e a sair da cidade... Levando consigo somente a esperança que Christian a esqueça e que possa tentar voltar a ser uma garota normal (dentro do possível)...
Ela vai para uma cidadezinha costeira, e apesar do medo que sempre a espreita, encontra um emprego, descobre segredos sobre seus pais, encontra novos e importantes amigos, e até um novo amor (muito mais saudável)... Mas ela sabe que por mais longe que vá, Christian e seu passado sempre vão estar perto o bastante... 


Uma capa simples e linda, com uma história bastante original... Não é fácil encontrarmos livros com o tema “obsessão”, não é? E trabalhar este tema, tão complexo e delicado, é ainda mais difícil...
Porém, a Deb conseguiu manter a narrativa delicada e intensa. E com certeza isso foi o que me conquistou: a emoção que é passada durante todo o livro.

Eu praticamente senti na pele tudo o que a Clara passou, fiquei angustiada e torci muito por ela. Achei a personagem submissa e um pouco irresponsável no começo (sei que existia toda a magia de estar apaixonada, mas ainda assim não consegui entender como ela não percebeu que seu namorado a tratava como um objeto). Mas como era de se esperar, ela melhora durante o desenrolar da história.

Na verdade, muitos personagens vão melhorando à medida que a história vai evoluindo, mas quem merece certo destaque é Bobby, o pai de Clara... Ele tem uma “alma” de escritor que aparece em suas falas e seu jeito feliz de ser... Ele esteve presente nos melhores momentos do livro!

Só acho que o modo como ele chamava Clara foi meio forçado. Ele colocou vários apelidos diferentes na filha e em cada momento usava um, então ficou meio confuso e senti que nem ele mesmo conhecia a menina. E o final também me deixou meio desapontada, achei que foi muito rápido e que podia ser mais trabalhado... O que não tira o grande mérito do livro e o talento que a Deb tem com as palavras, mas desapontou um pouquinho.


PS: o livro tem aquelas “notas de rodapé” fofinhas que vão explicando algumas coisas, mas não aparenta ser algo que a editora colocou e sim que a própria autora foi fazendo durante o livro, com mais descrições e algumas “piadinhas” sobre a história ou os personagens, adorei.


Meu pai, Bobby Oates, disse que amor à primeira vista deveria fazer a gente sair correndo se sabemos o que é melhor para nós. É o seu lado sombrio reconhecendo, instantaneamente, o lado sombrio do outro, diz ele. Você será um idiota se achar que isso significa ter encontrado sua alma gêmea. Então, eu fui uma idiota, pois ele parecia tão legal. (Pág 6).



Autora: Deb Caletti.
Editora: Novo Conceito.
História: 4/5.
Narrativa: 4/5.