quarta-feira, 30 de março de 2016

Desafio leitura 2016 #4: O sangue do Olimpo.

Ultimamente minha vida anda meio doida e por isso estou lendo um pouco menos do que o normal, mas mesmo assim vou tentar manter uma rotina de resenhas e cumprir meu tão sonhado Desafio de leitura 2016, então eis aqui mais um livro que se encaixa na categoria número dois, último livro de uma série ou trilogia.



Percy, Annabeth, Piper, Jason, Frank, Hazel, Nico e Reyna fizeram progressos admiráveis desde que partiram em missão, mas apesar dos esforços, o dia do despertar de Gaia se aproxima e eles continuam buscando formas de detê-la.
Todos sabem, na verdade, que só podem parar o despertar da Mãe Terra com a ajuda dos Deuses. E os Deuses estão incapacitados, pois suas versões gregas e romanas estão em conflito. E para unir os Deuses, é preciso que os Acampamentos de semideuses entrem e acordo e desistam da guerra.
Infelizmente, quando Reyna saiu em missão, o Acampamento Júpiter ficou sem líder, posto que foi assumido com rapidez por Octavian, o maluco que agora lidera uma orla de semideuses e monstros no ataque ao acampamento grego.
Agora divididos em equipes com finalidades diferentes, os semideuses precisam apaziguar a guerra entre os acampamentos, unir novamente os Deuses e derrotar Gaia. E, entre eles ainda existe a profecia, que fala sobre sacrifício e sangue...

Leo abriu um sorriso. Não conseguiu evitar. Claro, eles só tinham dez dias para impedir que os gigantes despertassem Gaia. Claro, ele podia morrer antes da hora do jantar. Mas ele adorava quando lhe diziam que algo era impossível. Era como se alguém lhe desse uma torta de merengue de limão e lhe dissesse para não jogá-la. Ele simplesmente não conseguia resistir ao desafio. (Pág 85).


Vocês já devem estar cansados de me ver declarando amor e ódio ao Tio Rick, mas infelizmente eu não consigo me sentir de outra forma depois de terminar algum dos seus livros. Minha vontade é de encontrar o autor e ter aqueles surtos onde a pessoa dá socos no peito da outra até cair em prantos e se entregar para um abraço. Provavelmente eu seria presa, mas okay. Fato é que Rick Riordan sempre me deixa em pânico e com este livro não foi diferente, apesar de ter sido um pouco mais ameno. Os muitos spoilers que eu já tinha encontrado acabaram ajudando na hora de lidar com as situações e manter o auto-controle. Só chorei um pouco, nas páginas finais.

- Olhe, somos três contra uma, e suas mãos estão amarradas.
- Tem razão - disse Reyna com raiva - Podem vir mais seis de vocês, e aí talvez seja uma luta justa. (Pág 185).

Este livro continuou seguindo o padrão dos anteriores, narrativa em terceira pessoa e capítulos intercalados para que vários personagens pudessem narrar. Minha pequena decepção foi o fato de Percy não aparecer na narração. Minha grande alegria foi, finalmente, encontrar o Nico narrando os fatos. Foi algo tão perfeito e agradável que colocou o personagem no meu hall de favoritos, ao lado de Percy e Leo - que narra em diversos momentos. E novamente me encantei com a capacidade do autor em narrar tão perfeitamente como cada um dos personagens. Ele soube ser sombrio e depressivo como Nico, humorado e sarcástico como Leo, responsável e durão como Jason, centrada e protetora como Reyna... Enfim, capacidades que somente ele parece ter e que usa com tanta maestria que é impossível descrever.

Nenhum semideus deveria sofrer sozinho, como Nico sofria. (Pág 180).

A aventura continua eletrizante e mais desesperadora a cada página. Quando eles parecem fazer algum avanço, uma infinidade de desventuras acontece e coloca tudo a perder, muitas vezes fazendo com que eles mesmos se questionem sobre seus papéis nesta missão praticamente suicida. E talvez este seja um dos grandes triunfos do livro, pois mesmo quando eles não veem mais condições de continuar, eles avançam no escuro. Mesmo depois de tantas desavenças e decepções, nenhum deles desiste ou deixa transparecer seu cansaço e medo. Todos possuem consciência de que se um deles desistir, os demais poderão fazer o mesmo e tudo irá acabar. O sentimento de amizade é gigante e envolve todos.

Mas, por enquanto, o melhor que ele podia fazer era seguir sua velha regra: Não pare nunca. Não fique empacado. Não pense nas coisas ruins. Sorria e faça piadas mesmo sem ter vontade. Principalmente quando não tiver vontade. (Pág 80).

Rick Riordan sempre trabalhou a amizade, a promessa, o dever, o encontrar-seu-lugar-no-mundo e tudo isso foi evidente em seus outros livros, mas senti que aqui, por expor os sentimentos e pensamentos de Nico, o personagem mais distante, triste e deslocado, ele conseguiu chegar à novos níveis de compreensão da vida adolescente. O mundo está prestes a ser destruído por Gaia, mas encontrar um lugar para Nico - mesmo que depois ele acabe sendo destruído com o resto do mundo - não deixa de ser importante. Tenho certeza que é isso que faz com que seus livros sejam tão adorados pelo público. É o que me faz querer uma nova obra assim que termino de ler a atual, mesmo sabendo que o autor irá fazer meu coração em picadinho nas próximas páginas. E eu amo toda esta tortura e sempre espero pelo próximo. Assim como agora.

Algumas dores não devem ser eliminadas com tanta facilidade. É necessário lidar com elas, até abraçá-las. (Pág 329).

Sobre o autor:

Rick Riordan nasceu em 1964, em San Antonio, Texas, Estados Unidos, onde mora com a mulher e dois filhos. Durante quinze anos ensinou inglês e história em escolas públicas e particulares de São Francisco. Além da série Percy Jackson e os Olimpianos, publicou a premiada série de mistério para adultos Tres Navarre.

Outras obras da série Os herois do Olimpo:


            

Outras informações:
Compare o preço: Buscapé.
Título: O sangue do Olimpo.
Autor: Rick Riordan.
Editora: Intrínseca.
História: 5/5.
Narrativa: 5/5.