sábado, 13 de fevereiro de 2016

Desafio leitura 2016 #2: Champion.

Estou com vários problemas com a minha internet, gente.
Várias resenhas estão prontas e salvas no meu computador, mas a internet não me deixa postar. Não esqueci de vocês, estou apenas afastada por motivo de força maior.
Por enquanto, uma das resenhas que eu estava mais ansiosa em postar. :D


Depois de todas as descobertas, traições, revoltas, levantes, politicagens e surpresas envolvendo Day, June, Éden, Anden, a República, as Colônias, os Patriotas e as pragas, todos se veem em situações desagradáveis e dolorosas.
Algum tempo passou desde que todos estiveram juntos, porém uma nova praga está se espalhando e uma nova e perdida guerra parece iminente. As Colônias estão avançando, ganhando território e colocando a República em quarentena.
Neste cenário, Day e June são forçados a tomarem decisões difíceis e arriscarem ou sacrificarem não apenas suas vidas, mas a de terceiros. E também aquele sentimento que ambos lutaram tanto para manter vivo, apesar das dificuldades.
O país está em guerra, o caos se instaurou por todos os lugares, June não possui todas as respostas que gostaria, Day guarda ainda mais segredos e o tempo é mais um dos grandes inimigos. Mas tem que existir algum campeão escondido...

Posso até ser uma observadora silenciosa e pouco à vontade no Senado, mas aqui nas ruas, em meio ao caos, eu sou eu mesma [...] (Pág 92).


Tentei ao máximo evitar spoilers e acho que consegui, porém foi bem difícil. Minha vontade é sair por aí gritando aos quatro ventos o quanto Marie Lu infernizou meu dia com este livro. Não conseguiria contar quantas vezes tive que fechar meu exemplar, respirar fundo e ir fazer outra coisa por alguns minutos, antes de ter coragem de retornar para essa história. Foi uma leitura rápida - menos de 24 horas - porém tão dolorosa que pareceu durar semanas. São tantas informações, reviravoltas, surpresas e cenas complexas que foi impossível relaxar. Oscilei entre tensão, desespero e sofrimento em todas as páginas, mas no fundo eu mantinha acesa uma chama de esperança pelo desfecho... E chorei tanto durante a leitura que quase não consegui ler as cenas finais.

- Sugiro, Day, que você comece a pôr suas prioridades em ordem.
- Minhas prioridades em ordem?
- Preparar seu irmão para o pior e resolver qualquer assunto pendente. (Pág 63).

O que eu sempre admirei nos livros dessa trilogia foi o fato de que o romance passa longe de ser o tema central e fico feliz em dizer que neste terceiro livro isso se manteve. Apesar do meu coração implorar por mais cenas Day-June eu sabia que o principal era manter a República a salvo. Isso, no entanto, não me impedia de me apaixonar ainda mais por Day, que cresceu diante dos meus olhos. Deixou de ser um adolescente rebelde e se transformou em um homem responsável por todo um país - todo mundo sabe que ele manda muito mais do que o Anden! - e em momento algum mudou sua luta. Day manteve suas origens e lutava pelo povo a todo momento, assim como pela sua família. Day e June cresceram muito, mas não deixaram que as lutas endurecessem seus corações.

Day é rude, espontâneo, inseguro e puro. Quando olho para ele, percebo um sorriso sutil nos cantos da boca, um leve indício de traquinagem [...] (Pág 178).

Enquanto os dois sofriam e se esforçavam em lutar por seu país, eu tentava entender como tudo podia se desfazer tão rapidamente. Sempre que algum deles parecia começar a encontrar alguma forma de melhorar a situação, uma nova informação ou atitude devolvia tudo à estaca zero. Eles geralmente lutavam ao estilo "tudo ou nada" e sempre que recebiam o "nada" eu me desesperava. A politicagem aqui é absurda, as mentiras e traições são muito frequentes e o cenário político é meio maluco, pois o Eleitor Anden manda muito menos do que o criminoso Day, mas é bonito ver como todo mundo se une para lutar por uma causa maior apesar das suas diferenças. Fez com que eu pensasse que isso pode vir a ser possível na vida real, algum dia...

As pessoas não compreendem que sou apenas um garoto; nunca tive a intenção de me envolver tanto assim. Sem os Patriotas, June ou Anden, eu nunca teria feito nada. Sozinho, sou inútil. (Pág 158).

Eu já tinha comentado sobre como a autora tem tendencia a finalizar seus livros de forma arrasadora, não é? Foi assim com Legend. Em Prodigy ela conseguiu quase me infartar. Já em Champion... Ela pegou meu coração, cravou uma faca bem no meio dele e foi girando com lentidão, aparentemente aproveitando enquanto eu agonizava. Desculpem, eu só não consigo descrever meus sentimentos de outra forma. Foi absurdo, foi doloroso, foi conflitante e totalmente perfeito. Chorei, solucei e fiquei com os olhos inchados. Mas a verdade é que eu gostaria de poder apagar toda a história da minha cabeça e, com isso, começar a leitura de Legend, conhecendo todo esse universo novamente e poder sentir e aprender tudo mais uma vez. Tenho certeza que, daqui dez anos, vou lembrar dessa história e me emocionar com as memórias de tudo que compartilhei com esses personagens maravilhosos.

Olho desesperadamente a nosso redor; minha visão está embaçada pelas lágrimas, e tudo é um borrão de sangue e fumaça, luz e cinzas; só consigo ouvir gritos, tiros e ódio. Estou exaurida de tanta luta, e muito frustrada, furiosa e impotente.
[...]
Grito por tudo que deu errado. Grito por tudo que perdemos nas nossas vidas. (Pág 277).

Sobre a autora:

Escreve romances jovens-adultos, e tem um amor especial por livros distópicos. Antes de se tornar uma escritora em tempo integral, era diretora de arte em uma empresa de jogos. É formada na Universidade do Sul da Califórnia, e atualmente vive em Los Angeles.

Outras obras da série:

   

Outras informações:
Compare o preço: Buscapé.
Título: Champion.
Autora: Marie Lu.
História: 5/5.
Narrativa: 5/5.