terça-feira, 3 de junho de 2014

Enquanto eu te esquecia.

Olhem a primeira resenha do mês de Junho chegando... õ/

Lucie Walker se percebeu em uma praia, sem lembrança nenhuma de quem era, onde estava, como havia chegado até ali ou porque se dirigiu até lá.
Sem memória alguma, Lucie é encaminhada para uma clínica psiquiátrica, onde fica até que Grady, um homem que diz ser seu noivo, aparece para levá-la para casa.
Em casa, aos poucos, algumas memórias vão retornando e Lucie vai percebendo quem exatamente ela era antes do incidente, nota que na verdade sua personalidade era difícil, que era fria, reservada e até antipática, além de possuir uma história de vida cheia de segredos e uma infância sofrida.
Diante desta visão, Lucie começa a repensar sua vida, tentando descobrir se quer mesmo se lembrar de tudo aquilo que esqueceu e se o casamento iminente deve realmente acontecer, pois em que situação se encontrava a relação de Lucie e Grady quando ela entrou em colapso?
São muitas perguntas para poucas respostas, mas em alguns momentos o coração pode vir a preencher um vazio no cérebro...


Desde o momento em que vi a capa deste livro, formei a ideia de que ele era o tipo de história que, apesar de ser ficção, passava uma lição de vida e possuía personagens fortes e complexos, mas extremamente emocionantes. Preciso dizer que apesar de ter uma boa história sim, o livro não é tudo aquilo que imaginei. E não acredito que minha pequena decepção possa ter acontecido por expectativas demais e sim por um desvio de foco. Acreditava que o foco seria em Lucie e Grady, e na verdade foi em Lucie escavando seu passado de forma obsessiva e desenfreada. Ok, eu entendo a necessidade dela em se redescobrir desta forma, mas ainda esperava que a autora tivesse dado uma atenção maior para o casal.

Além disso, lá pela metade do livro senti que a história começou a se perder, a autora se prendeu demais em um ponto único e a narrativa se tornou arrastada, apática e tediosa. Neste momento não conseguia ler mais do que poucas páginas seguidas antes de começar a ficar com sono. Por sorte não demorou para que Jennie Shortridge voltasse a ter o controle do enredo e colocasse tudo nos trilhos, desta vez ainda melhor do que no começo, pois só no final eu realmente me senti próxima da protagonista e me interessei de verdade em saber como a história de Lucie iria terminar, chegando a ficar com vontade de pular algumas páginas e descobrir logo o desfecho. Mas não fiz isso, e não me arrependo pois as páginas finais foram as melhores.

Não gostei muito de como a história foi desenvolvida, mas o final me agradou bastante e me fez sorrir aliviada em não ter errado tão completamente minha ideia do livro. Ele não possui uma maravilhosa história de superação nem me fez chorar por causa de sua narrativa poética e emocionante (até porque ela está mais para fria e pouco envolvente), mas, de sua maneira simples e leve, me conquistou também e, ainda que com suas ressalvas, se mostrou um bom livro e com uma protagonista admirável, pois Lucie passa longe de ser amável, mas acredito que todos que lerem irão concordar que sua força é admirável e sua vida é um verdadeiro caos.

Acompanhar Lucie enquanto ela descobre seu passado é agonizante, principalmente quando queremos mudar o que estamos lendo. Demorei para aceitar que aquele era o passado dela e que eu não podia fazer nada para alterar tudo, melhorar suas memórias ou coisa assim. Então, ao final posso dizer que apesar de me sentir desconfortável durante uma parte da leitura, em outra me envolvi e gostei do que li, mesmo com alguns errinhos de revisão e espero que quem for ler não vá esperando muito para não correr o risco de se decepcionar, mas também não achem que o livro é ruim, pois não é. Enquanto eu te esquecia é um livro bom. Nada mais, nada menos.
Como a mágoa, o luto, o desconhecimento, a traição revelava-se uma sensação excessivamente familiar. (Pág 218).
                                                                                                                                                        

Editora: Única.
História: 3/5.
Narrativa: 3/5.