quinta-feira, 20 de março de 2014

Azul da cor do mar.

Voltei! :D
A vida está corrida, estou em uma ressaca desagradável, mas estou aqui!


Em sua infância Rafaela acompanhou por dias alguns momentos da vida de um garoto desconhecido com belos olhos azuis e uma mochila xadrez, e agora, adulta, responsável e quase formada em Jornalismo, Rafa ainda mantém aquele garoto em sua mente (e em seu coração). Fantasia encontrá-lo e sabe que isso muito provavelmente nunca acontecerá e por isso não deixa sua vida passar em branco.
Ela sai, conversa, sorri, brinca, estuda e, na procura por um emprego bom, se inscreve em um programa de estágio no maior jornal do estado. E, como ótima aluna que sempre foi, ela é chamada e ainda recebe um bônus: não ficará buscando café ou tirando xerox; ela irá para a rua como uma repórter investigativa cheia de vontade.
Ah, e um bônus maior: ela vai fazer isso acompanhada de Bernardo Venturini, o melhor profissional do ramo, que por sinal não está nada interessado em ser babá de uma estagiária e deixa isso muito claro em sua forma arrogante de agir, falar e fazer da vida de Rafaela um inferno.
E entre brigas, quase assassinatos e muito bate-boca, pode ser que os sentimentos possam mudar, não é? Que o quase ódio possa se transformar em algo mais bonito? E, neste caso, o que acontece com o garoto de olhos azuis que ainda habita o coração da Rafaela?


Vou começar falando sobre a capa deste livro, que é ainda mais linda do que o anterior da autora, e olhem que Simplesmente Ana (resenha aqui) me deixou quase zonza ao ver tanta beleza junta e bem trabalhada! A arte de Azul da cor do mar possui uma simplicidade muito grande, os detalhes são mínimos e dizem bastante sobre como a história promete ser leve, azul, interessante e despretensiosa. E a autora não deixa tudo só na promessa.

A história de Rafaela é encantadora, cheia de diálogos rápidos e inteligentes, protagonistas cativantes, humanos e humorados, mas com antagonistas odiosos. Fiquei bem irritada com os vilões que aparecem durante a história, pois eles são realmente chatos e sem a mínima graça. Ao menos eles serviram para fazer contraste com Bernardo, que mesmo com sua arrogância quase sem fim, não consegue ser desagradável e me conquistou com sua personalidade forte e seu temperamento pouco estável.

A própria Rafaela me agradou bastante com sua teimosia, independência e descoordenação motora, mas também me deixou incomodada com seus chiliques sem muito propósito. Acredito que a autora quis passar a imagem de uma protagonista realmente humana, com suas imperfeições e suas manias. Bom, isso ela conseguiu, pois entendi Rafa como uma amiga minha ou alguém que eu posso encontrar perto de casa e vocês sabem que eu adoro essa proximidade com os personagens e o sentimento de humanidade neles. :3

Então quer dizer que o livro foi perfeito para mim? Ah, não, não foi bem assim. O livro foi muito bom, mas não perfeito. O primeiro problema foram os já citados chiliques sem motivos da Rafaela. O segundo foi um detalhe no final da história. Eu gostei muito do desfecho que a autora fez, mas um aspecto dele, mas especificadamente uma ação de um dos personagens, me deixou indignada e não me convenceu em nada. :X Não podia deixar de citar esses momentos, mas eles não são muito expressivos quando o livro é avaliado como um todo, então eu recomendo bastante a obra para quem quiser conhecer a vida azul de Rafaela e acredito, de verdade, que não irão se decepcionar.
Meu Bernardo, que tinha todos os defeitos do mundo, mas a quem eu não conseguia arrancar do coração. (Pág 245).

Editora: Novo Conceito.
História: 4/5.
Narrativa: 4/5.